
Neste momento de combate ao novo coronavírus, a solidariedade se tornou uma das principais armas contra a pandemia. Muitos voluntários têm se mobilizado para ajudar pessoas em estado de vulnerabilidade social, idosos – mais suscetíveis a complicações da COVID-19 – e quem precisa de apoio psicológico. Outra forma de manifestação solidária é através de doação de comida a pessoas que não tem condições financeiras e foram ainda mais afetadas durante esse período.
A principal motivação das iniciativas solidárias está relacionada ao reconhecimento da dor do outro. Seres humanos são seres coletivos que se identificam com a mesma condição diante de crises agudas como essa. A empatia e solidariedade são sentimentos e atitudes que impulsionam atitudes como essas citadas acima.
Na cidade de Monte Alto, portanto, a história não foi diferente. Perante várias dificuldades encontradas por pessoas que atualmente moram nas ruas, como a própria alimentação, um grupo de amigos criou um grupo nominado de “Cartas Vivas” para ajudar pessoas em situação mais vulnerável. A cidadã montealtense Laura Ferreira conta como foi o surgimento, que deu origem a partir de uma ideia dela com o marido, Roberto. “Eu e meu marido sempre gostamos de ajudar; sempre que podemos. Agora, com a pandemia, a situação ficou mais complicada para muitas pessoas e nos propusemos em ajudar. Começamos distribuindo cestas básicas só nós dois… Mas como recebemos muitos pedidos, não tínhamos verba suficiente para ajudar todas essas pessoas, já que tudo estava saindo do nosso bolso”, conta ela.

“Eu fiquei muito chateada por não conseguir ajudar mais, então resolvemos pedir a contribuição de amigos e no Instagram conseguimos entregar mais seis cestas… tudo em apenas uma semana. Depois disso, iniciamos o projeto “Cartas Vivas”, que tem como intuito ajudar a sociedade em diversas áreas. Optamos, então, dessa vez, a ajudar moradores de rua. Levamos lanches e marmitex duas vezes na semana. O projeto conta com pessoas que doam alimentos, cozinham e fazem a entrega a esses moradores”, ressalta Laura.
Assim como o Projeto Cartas Vivas, outros projetos de pessoas que decidiram se colocar no lugar do próximo durante essa pandemia funcionam no município.
São em momentos de ruptura, portanto, que surgem as ações solidárias como um mecanismo de minimizar os danos diante da fragilidade humana e de se reconhecer no lugar do outro. As iniciativas de solidariedade mostram o quanto todos estamos no mesmo barco e necessitamos uns dos outros em um determinado momento de nossas vidas. A potencialidade das ações aumenta na coletividade, o que amplia também a resistência para conseguir (sobre)viver em momentos mais complicados.