Preços de carnes e café podem aumentar até 20% em 2025

Saca do café subiu 132% em um ano. Condições climáticas e dólar podem afetar a previsão

Por Jornal Opção

Os brasileiros devem preparar o bolso para lidar com o aumento nos preços dos alimentos, previsto para 2025. A alta, porém, não será generalizada e a sua magnitude ainda é incerta, já que as condições climáticas e o dólar afetam as previsões.

Na leitura geral, itens como carnes e café devem subir com força e pesar ainda mais no orçamento das famílias, acendendo alerta no governo, que teme impacto na popularidade já de olho nas eleições de 2026. O economista-chefe e sócio da G5 Partners, Luis Otavio Leal, projeta alta de 5% nos alimentos este ano, abaixo da média histórica de 7%.

Ele avalia que a dinâmica deve ser ajudada pela safra recorde de grãos e pelo clima, já que o La Niña tende a ser fraco neste ano. No entanto, a carne bovina e o café serão os grandes “vilões”, com altas de 7,5% e 20%, respectivamente. O especialista também espera impactos significativos nos preços do frango, com chances de aumento na casa de 8%, de 9,1% sobre o arroz e de 5,5% sobre o leite longa vida.

“São alimentos que acabam tendo muita sensibilidade ao consumidor. No caso do frango, não é questão de oferta. Mas como o preço da carne sobe, as pessoas aumentam o consumo de outra proteína”, explicou em entrevista ao jornal O Globo.

Baixa oferta

Outros especialistas apontam, no entanto, um aumento de até 9,2% para os preços de alimentos e bebidas em 2025. As proteínas podem ser as protagonistas – com a carne bovina até 20% mais cara, seguida do frango, que deve ter alta de 14%.

O café, por outro lado, pode ter alta superior a 20%, projetam economistas. No mercado interno, o preço da saca de café arábica de 60kg chegou a R$ 2.387,85, uma alta de 132% em apenas um ano, considerando preços de janeiro deste ano frente a igual mês do ano passado, conforme dados do Cepea.

A previsão é que a inflação dos alimentos em 2025 fique mais próxima à média do índice geral de preços, projetada em 5,5% pelo Boletim Focus. Estudiosos apontam que a política fiscal tem sido a principal responsável pela alta do segmento.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Agrário cita o aumento dos preços de commodities, como café, açúcar, laranja e carne no mercado internacional e eventos climáticos que afetaram a safra passada como fatores para a alta de preços no mercado interno.

A pasta, recriada em 2023, cita a retomada dos planos de safra para agricultura familiar e a redução da taxa de juros do crédito rural do Pronaf (de fortalecimento da agricultura familiar). O ministério cita maior financiamento a alimentos como batata, feijão, banana, além da criação de programas para fomentar a produção de arroz e leite.

A nota ressalta que o país deve registrar safra recorde, de 322,3 milhões de toneladas, de acordo com a projeção mais recente, alta de 8,2% sobre a anterior.

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