Foi publicado na revista The Anatomical Record um estudo sobre o crânio da espécie Barreirosuchus franciscoi, fóssil que pertence ao acervo do Museu de Paleontologia de Monte Alto. A pesquisa revelou uma nova posição filogenética para o crocodilomorfo, que habitava a região na Era dos Dinossauros.
O trabalho foi liderado pelo paleontólogo montealtense Dr. Thiago Schineider Fachini, durante seu doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, e contou com a colaboração dos professores Pedro Godoi, Felipe Montefeltro e Dr. Max Langer.
Após uma análise detalhada do crânio da espécie, que anteriormente havia sido classificada como pertencente ao grupo neossuchia – clado de crocodilomorfos que inclui as formas modernas de crocodilos -, o espécime passou a ser identificado como um Peirosaurídeo, crocodilianos do fim do Período Cretáceo. Com o uso de imagens de tomografia computadorizada fóssil, foi possível descrever as estruturas preservadas do crânio e compará-las com outros fósseis e crocodilos atuais. Além disso, estruturas internas, como a cavidade olfativa e o ducto nasofaríngeo, foram reconstruídas digitalmente.
Com base na análise minuciosa dos dados coletados, a equipe de pesquisadores concluiu que a nova análise filogenética posiciona a espécie Barreirosuchus franciscoi no clado Peirosauria, mais próximo de outras espécies semiaquáticas.
Isso evidencia que os notossuchia tinham grande diversidade ecológica e adaptações que lhes permitiam habitar diferentes ambientes, incluindo áreas semiaquáticas.