Sandra Tavares, uma das discípulas do saudoso Prof. Toninho, assume a direção do Museu; local é um dos maiores do país em quantidade de peças
Há 31 anos surgia na cidade o interesse pela Paleontologia. A partir da curiosidade despertada por fragmentos de fósseis de dinossauros encontrados na região pelo saudoso Prof. Antônio Celso de Arruda Campos, iniciou na cidade um legado de conhecimento e descobertas científicas importantes.
A partir da inauguração do Museu, em 1992, Monte Alto se consagrou como referência para a Paleontologia, chamando atenção de estudiosos de Universidades brasileiras e internacionais, além de promover a disseminação da ciência na região.
O Museu de Paleontologia de Monte Alto “Prof. Antônio Celso de Arruda Campos”, que levou o nome em homenagem a seu fundador, é fundamental para a preservação e registro do patrimônio científico e histórico-natural de nossa cidade. Ao longo das mais de duas décadas em que Prof. Toninho, como era carinhosamente conhecido, esteve a frente do museu, ele inspirou e ajudou a formar vários pesquisadores, e despertou o interesse de muitos jovens para a ciência.
Apesar de lamentar a perda de seu tutor e líder, a equipe do Museu de Paleontologia permanece dando prosseguimento em seus trabalhos. De acordo com Sandra Tavares, que está assumindo a coordenação das atividades da instituição, “o prof. Antônio Celso ainda tinha muitos planos para a modernização do Museu. Nós daremos continuidade a esses projetos”. A nova Diretora do Museu é uma das muitas pesquisadoras que se formaram dentro da própria instituição e já está envolvida com os trabalhos há 18 anos. Hoje, a ex-guarda municipal e professora de ensino básico, é formada em Biologia, mestra e doutoranda em Geociências pela UNICAMP, e é especialista na área da Paleontologia. Esteve na Inglaterra no ano passado, e lá permaneceu durante nove meses realizando uma pesquisa que envolvia um fóssil de nossa cidade em parceria com a Universidade de Bristol.
A equipe também é formada pelo auxiliar de escavação, Cledinei Aparecido Francisco, que participou de todo o processo de formação do Museu e foi um dos primeiros parceiros e apoiadores do prof. Antônio Celso; pela pedagoga Fernanda Miranda dos Reis, que trabalha com a parte de ação educativa e tem contato direto com o trabalho realizado junto às escolas; e pelo pesquisador associado, o paleontólogo Dr. Fabiano Vidoi Iori, grande conhecedor dos campos de escavação da região, que também iniciou sua formação dentro do Museu e aperfeiçoou seus conhecimentos pela UFRJ.
Desde o período em que era coordenado pelo Prof. Antônio Celso, o museu vem realizando mudanças visando sua melhoria, em parceria com a Diretora de Cultura, Cida Constâncio, e as Secretaria de Cultura e Turismo. “Estamos passando por um momento de reestruturação, e queremos aperfeiçoar cada vez mais a acessibilidade e a interatividade do Museu, garantindo a promoção da ciência, da cultura e da educação”, informou Sandra.
O Museu continuará a serviço da população, conservando o patrimônio cultural, realizando e apoiando pesquisas científicas, e incentivando o turismo e o lazer. “Salientamos, ainda, a importância do museu para o processo de ensino-aprendizagem. Acreditamos que o museu é um local de educação não-formal, onde o processo de aprender é mediado pela observação, pela interação com o meio e pela reflexão. O museu é capaz de oferecer uma experiência ao mesmo tempo educativa e divertida”, conclui Sandra.
O museu é aberto ao público de terça à sexta das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h; sábados, domingos e feriados das 13h às 17h; recebe, semanalmente, a visita de muitas escolas da região, assim como pesquisadores de diversos estados brasileiros e países da Europa e Américas.