O mês ganha uma cor especial devido à campanha “Outubro Rosa”, que surgiu com o objetivo de alertar as mulheres e toda a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama para aumentar as chances de cura.
Um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início. Alguns tipos de câncer, entre eles o de mama, apresentam sinais e sintomas em suas fases iniciais. Detectá-los precocemente traz melhores resultados no tratamento e ajuda a reduzir a mortalidade.
O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.
O risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos. Além disso, fatores comportamentais/ambientais, hormonais e hereditários/genéticos também podem contribuir com seu desenvolvimento.
Segundo especialistas, é possível reduzir o risco do câncer de mama mantendo o peso corporal adequado, praticando atividade física e evitando o consumo de bebidas alcoólicas; a amamentação também é considerada um fator protetor.
Os principais sinais e sintomas da doença são: caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor – é a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% do casos; alterações no bico do peito; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; saída espontânea de líquido de um dos mamilos; pequenos nódulos na região na região embaixo dos braços ou no pescoço.
A mamografia é o principal meio de rastreamento contra o câncer de mama. O exame é capaz de detectar nódulos nos seios antes mesmo de eles serem palpáveis. O Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 50 a 69 façam uma mamografia a cada dois anos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, são mais de 60 mil casos da neoplasia todos os anos. A doença também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos.
A empresária montealtense Mara Perdonatti venceu a batalha contra a doença e alerta para a importância do diagnóstico precoce: “O mês de outubro chegou, e também a campanha ‘Outubro Rosa’: é uma forma de nos lembrar de ficarmos atentas ao nosso corpo. Eu comecei com uma coceirinha no mamilo direito, comecei a apalpar e senti como se fosse um grão de arroz. Descobri no início, procurei minha médica, fiz exames, fiz a cirurgia e 28 sessões de radioterapia. Não precisei fazer quimioterapia devido a um exame que fiz. Agradeço muito a Deus, estou curada, mas a cada seis meses faço os exames, tenho acompanhamento médico e tomo um medicamento por 10 anos. Fiquem atentas aos sinais, toque sua mama.”
“O câncer chegou como uma tempestade, um furacão que tirou tudo do lugar e foi embora. A gente muda muito, os valores mudam.
Hoje tenho cicatrizes e quando paro e olho para elas sabem o que sinto?
ORGULHO por ter superado tudo e uma eterna GRATIDÃO! Haaa… outubro já é um mês especial para mim por celebrar mais um ano de VIDA! E agora ficou ainda mais. Mulheres, se toquem, sintam-se, vão ao ginecologista, as vezes, temos dúvidas. Não fiquem com vergonha de perguntar, de argumentar pois é normal termos dúvidas, anormal é ficar calada, não se cuidar, não se conhecer, não fazer os exames de rotina.
E foi em um dos exames de rotina que eu descobri essa visita inesperada do câncer. A notícia de ter câncer de mama não é nada agradável, acreditem! Quando somos diagnosticadas em estágio inicial, maior é nossa chance de cura! Amem-se, Cuidem-se, Toquem-se!
Eliane Jurcovick Mendes Nunes, 40, pedagoga.
Ainda em tratamento, a enfermeira Carla Rabazza conta que descobriu a doença através do autoexame de mama: “Um toque nunca foi tão importante! Descobri o câncer através do ‘toque’. Aos 43 anos, já realizando mamografia regularmente, um nódulo duro, de difícil percepção. Mas como a mulher ‘se conhece’, não hexitei em procurar um profissional. Realizei ultrassonografia, mamografia e uma biópsia até o diagnóstico definitivo. A proposta para o subtipo que me acometeu foi iniciar o tratamento com quimioterapia neoadjuvante, cirurgia, radioterapia e quimioterapia oral. Cada mulher é única e sente tudo da sua forma e do seu jeito. Escolho todos os dias viver um dia de cada vez com minha fé inabalável, esperança e muito amor! Minha cura vem de Deus! Câncer de mama tem cura quando diagnosticado em estágio inicial em 95% dos casos. Procure um profissional! Se toque! Viva a vida!”.
A Escrevente Técnica Judiciária, Ana Luiza Penhalbel, 55, foi diagnosticada com Câncer de Mama recentemente e fez questão de colaborar com seu depoimento: “Em uma mamografia de rotina, no mês de agosto, foram detectadas microcalcificações suspeitas em minha mama esquerda. Sabiamente, a médica radiologista solicitou nova imagem, amplificada, para um laudo mais preciso.
Em seguida, o pedido de biópsia. Nesse momento, os sentimentos se misturam, incertezas e medo de um diagnóstico positivo. Enfim, o laudo: Carcinoma in ducto Infiltrante. O sentimento é de desespero. Nesse momento o que acalma é o apoio das pessoas que te amam e a Fé em Deus para seguir firme e iniciar o tratamento adequado ao caso. Hoje, passados vinte dias do diagnóstico, encontro-me disposta a encarar o que for preciso para minha cura. Quero deixar uma mensagem a todas as mulheres acima dos 40 anos para que não deixem de fazer a mamografia anual.
O diagnóstico precoce é um fator determinante para a cura em 95% dos casos, e a campanha Outubro Rosa é extremamente importante para a conscientização da prevenção do Câncer de Mama”.
Curada desde fevereiro de 2021, a assistente administrativa Giseli Cristina Luquez Barbosa, 37, casada, mãe da garota Eloísa, de 10 anos, e do garoto Miguel, hoje com 3 anos, relatou sua experiência: “Descobri o câncer de mama em 2020, quando eu ainda amamentava meu bebê com apenas oito meses. Notei um nódulo saliente em minha mama esquerda. De início achei que era uma glândula mamária, devido ao fato de estar amamentado, porém percebi que não desaparecia. Eu hesitei em ir ao médico, achava que não era nada de importante, mas ao mesmo tempo pensava e se for? E se eu demorar e for tarde demais? E nesse duelo de pensamentos, resolvi enfim procurar ajuda. Graças a Deus ainda estava no início, e com os tratamentos (quimioterapia e radioterapia) hoje eu estou curada. É um período que nos remete a muitas incertezas, medos e inseguranças. É essencial buscarmos fortaleza em nossos bens maiores: fé, família, amigos e amor próprio. Viver um dia de cada vez! Como dizia o poeta: E se um dia lá na frente, a vida der uma ré. Recupere a sua fé e recomece novamente”.