Em 2011, quando a “Rodovia da Laranja”, em Catanduva, estava sendo ampliada, os pesquisadores catanduvenses Edvaldo Fabiano dos Santos e Laercio Fernando Doro resolveram prospectar fósseis nas rochas que eram removidas da obra. Os materiais encontrados foram postados na antiga plataforma Orkut.
Desta forma, o montealtense Fabiano Iori teve seu primeiro contato com os pesquisadores e, depois de um acordo, estes fósseis foram trazidos para Monte Alto, onde Fabiano iniciou os trabalhos de preparação. Os estudos permitiram a descoberta da espécie Baurubatrachus santosdoroi, que pertence ao grupo dos neobatráquios, também chamados de anuros modernos. As pesquisas revelam que esta espécie viveu com dinossauros e crocodilos há 90 milhões de anos.
O Baurubatrachus santosdoroi é aparentado a uma espécie mineira mais nova alguns milhões de anos, porém do mesmo gênero, o que mostra que a espécie teve um período de permanência considerável na história evolutiva do planeta.
“Embora hoje sapos, rãs e pererecas sejam bastante comuns, no Período Cretáceo essa linha dos neobatráquios estava começando e o registro fóssil ainda é bem escasso”, explica Fabiano. O fóssil de Catanduva revelou uma espécie inédita, o primeiro anfíbio do Cretáceo paulista.
Segundo o montealtense, a definição deste novo personagem para o Cretáceo brasileiro ajuda a refinar o conhecimento paleontológico regional e suas interações paleoecológicas; fornece subsídios para os estudos futuros sobre os neobatráquios e para uma melhor compreensão da evolução dos intrigantes caracteres em Baurubatrachus como indicativo de forças evolutivas que levaram essa linhagem a ser tão singular.
“Participar de um estudo como este é muito satisfatório, pois os anuros pertencem a um grupo de animais que eu nunca tinha trabalhado e o contato com especialistas da área me permitiu aprender mais sobre essa temática. Além da alegria de poder contribuir para a definição de mais uma espécie para a paleofauna regional”, ressalta Fabiano Iori.
