Faltam poucos mais de 20 dias para o início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Uma espera que vem desde 2 de outubro de 2009, quando a “Cidade Maravilhosa” desbancou, em eleição no Comitê Olímpico Nacional, as cidades de Chicago (EUA), Madri (Espanha) e Tóquio (Japão) e, assim, garantiu o direito de realizar a primeira competição olímpica no Brasil.
Distante 576 km do Rio, Monte Alto estará presente na Olimpíada. Não nas quadras, campos, piscinas e ginásios, mas, sim, com o voluntariado de Júlio César Encinas Rabaza “Pardal” e Danilo Lanfredi “Tininho”. “Tininho” também será condutor da Tocha Olímpica. Outros ainda, por que não dizer sortudos, estarão nas arquibancadas, após garantirem os concorridos ingressos para assistirem aos jogos das 42 modalidades em disputa, que são elas: Atletismo, Badminton, Basquete, Boxe, Canoagem Slalom, Canoagem Velocidade, Ciclismo BMX, Ciclismo de Estrada, Ciclismo de Pista, Ciclismo Mountain Bike, Esgrima, Futebol, Ginástica Artística, Ginástica de Trampolim, Ginástica Rítmica, Golfe, Handebol, Hipismo, Hóquei Sobre a Grama, Judô, Levantamento de Peso, Luta Olímpica, Maratonas Aquáticas, Nado Sincronizado, Natação, Pentatlo Moderno, Polo Aquático, Remo, Rugby de 7, Saltos Ornamentais, Taekwondo, Tiro com Arco, Tiro Esportivo, Triatlo, Tênis, Tênis de Mesa, Vela, Vôlei e Vôlei de Praia.
CIDADE SONHO – A relação com o Rio 2016, porém, poderia ser mais próxima. Afinal, estamos falando da cidade berço da “Olimpíada Caipira”, os Jogos Abertos do Interior, idealizado em 1936 por Horácio “Baby” Barioni”. Longe do clima olímpico, Monte Alto segue seu ritmo. A ligação com o esporte, no entanto, é mais do que presente. Campeonatos municipais são realizados em algumas modalidades e, atletas amadores, continuam se enveredando nas mais variadas competições regionais. A profissionalização, porém, se faz presente em apenas uma das 42 modalidades do Rio 2016: o futebol, com os jogadores Vitor Bueno, Fernando Fumagalli e Rafael Caldeira, além de outros espalhados por categorias menores (sub 20, sub 17) de algumas equipes. Os demais praticam por gosto, paixão, ou ‘para se exercitar’. Confira, a seguir, um pequeno levantamento do que temos em ‘nosso quintal’, ou seja, algumas das modalidades olímpicas que são desenvolvidas aqui, na Cidade Sonho.
ATLETISMO – Nesta modalidade, Monte Alto participa de competições regionais e estaduais, sendo que em 2015, foi vice-campeã nos Jogos Abertos do Interior no atletismo paralímpico. Os treinos acontecem no Ginásio Baby Barioni, três vezes por semana de manhã e todos os dias à tarde. “Acredito que podemos ter uma atleta olímpica um dia, mas fica inviável com a nossa estrutura. Para tanto, teríamos que fazer um encaminhamento para um centro de excelência. Dentre os nossos potenciais, destaco a atleta Maria Rosa dos Anjos, de apenas 13 anos, corredora de provas de meio fundo, como 800 metros”, comenta o professor Ronaldo Ganzella (de azul na foto). “Nesta olimpíada, a minha indicação são as finais do 100 metros masculino, revezamento 4×100 masculino e salto com vara feminino, com a presença da brasileira Fabiana Murer”, complementa.
BASQUETE – Pelo segundo ano consecutivo, a cidade sediou um Campeonato Municipal, com a participação de nove equipes e mais de 100 atletas. “O basquete de Monte Alto estava meio esquecido. Nossa equipe ficou sem disputar campeonato por alguns anos, mas em 2013 fomos para a Copa Revelar, conquistando o título na Série Bronze em 2015. O 1° Campeonato Municipal foi um ótimo estímulo para a modalidade, e com ele, além de trazermos entretenimento para as tardes de sábado, contamos com a volta de “ex-atletas”. Porém, acredito que o grande destaque do Campeonato Municipal foi despertar interesse na garotada; as categorias de base do basquete estavam vazias nos treinos e hoje conseguimos montar uma equipe sub 17, que entrará em campeonatos, algo que não acontece há pelos menos 15 anos”, destaca o atleta Olavo Vedovelli (à esquerda, na parte inferior da foto). “Estarei ligado nos Jogos Olímpicos. Sem dúvidas temos que acompanhar a equipe américa. Vejo a Seleção Brasileira com um conjunto muito forte, mesmo tendo perdido o Thiago Splitter por cirurgia. Vamos torcer bastante”, finalizou.
VÔLEI – “Na cidade, temos o vôlei feminino de 6 até 17 anos, divididas em quatro categorias, com competições acontecendo por toda a região quase que semanalmente. Temos, inclusive, uma lista de espera, tamanha a procura pela modalidade. Fazemos parte da Liga APV, de Porto Ferreira. E, em 2016, retomamos o trabalho com o masculino, de 7 a 10 anos. As equipes treinam no José Pizarro, de segunda a sexta, sempre às tardes”, destaca a professora Stela Parada Rabaza. Questionada sobre uma futura atleta olímpica, Stela tem um nome em mente. “Temos a Thais Barbosa, profissional que estava no SESI, em São Paulo, e que está estudando e jogando por uma Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Ela tem grande potencial”. Sobre o Rio 16, a professora confia nas chances brasileiras. “O vôlei sempre nos trouxe muitas medalhas e somos favoritos, tanto no masculino quanto no feminino”, finaliza. Além de Stella, os treinos do feminino contam com os professores Priscila Pinheiro Lozano, Evandro Fonseca e o instrutor, Claudinei Pires. Na foto, o time feminino infantil.
CICLISMO – Serão quatro modalidades em disputa no Rio: Estrada, Moutain Bike, BMX e Pista, e duas delas são praticadas em Monte Alto, com participações em campeonatos, inclusive nos Jogos Regionais. “Para, um dia, ter um atleta olímpico na cidade, é necessário termos uma equipe profissional, ou seja, atletas focados apenas no treino. Hoje, todos possuem profissão e os treinos são realizados apenas após o trabalho”, destaca a ciclista Andréa Sakoda Telles Bergamin. “Nesta Olimpíada, todas as provas tem as suas particularidades e são interessantes de assistir. Sobre os brasileiros, indico o atleta Henrique Avanicini, destaque da modalidade Mountain Bike”, finaliza.
FUTEBOL – Em Monte Alto, o Campeonato Municipal é realizado há várias décadas e conta ainda com um forte trabalho nas categorias de base. Como já mencionamos, é o único esporte olímpico que conta com montealtenses profissionais. Atleta com idade olímpica (os jogadores tem que ter até 23 anos, sendo que apenas três podem exceder a idade), aos 21 anos, o santista Vitor Bueno acredita no ouro brasileiro. “Eu tenho idade para participar, mas a seleção teve trabalho desenvolvido há dois anos, com a mesma base, e eu ‘apareci’ apenas em 2016. Mas sigo me empenhando ao máximo. O time brasileiro é muito forte, competitivo e qualificado e confio na vinda da tão sonhada medalha de ouro”, destaca.
JUDÔ – É a segunda modalidade mais praticada no Brasil, só perdendo para o futebol e o esporte olímpico que mais rendeu medalhas para o Brasil até hoje na história. “Em Monte Alto, o Judô existe há 21 anos e é oferecido de forma gratuita à toda população pela Associação de Judô Lozano (foto), localizada próximo ao Ginásio de Esportes José Pizarro. “Temos alguns atletas de potencial na cidade, mas não a ponto de ser um atleta olímpico. O Judô é um esporte muito competitivo e extremamente difícil atingir tal nível; quando temos algum aluno se destacando além do normal, encaminhamos para outros locais de treinamento para se aperfeiçoar”, destaca Leonardo Ricardo (terceiro da esq. p/ dir.), atleta há 20 anos, faixa preta 1º Dan e árbitro regional. “No Rio de Janeiro, devemos ficar atentos aos brasileiros Charles Chibana, Sarah Menezes, Mayra Aguiar, Tiago Camilo e Rafael Silva, todos com chances de medalhas”, finaliza Leonardo.