Monte Alto disse “sim” e Maria Helena Rettondini é a nova prefeita de Monte Alto

Em uma disputa apertada, candidata será a segunda mulher a governar o município
                                                                   Celebração da vitória junto ao Comitê da campanha

 

“Eu quero sim, eu voto sim, com Maria Helena e Dr. Joaquim” dizia o jingle da campanha de Maria Helena Aguiar Rettondini e Dr. Joaquim Roberto de Oliveira ao Executivo montealtense. E Monte Alto disse ‘sim’. No domingo, 15 de novembro, 8.274 (35,47%) eleitores tornaram Maria Helena a mais nova prefeita de Monte Alto, cargo que ocupará pelos próximos quatro anos. Ela deixou Julio Raposo do Amaral Neto, João Paulo Rodrigues e José Ricardo Gonçalves de Oliveira para trás em uma disputa bastante apertada: a diferença para o segundo, Julio, foi de 671 votos.
Usando o número 14 na campanha – do seu partido, o PTB –, Maria Helena será a segunda mulher a governar Monte Alto, após Silvia Meira, 2009-2016, que, coincidentemente (ou não!) também usava o mesmo número.
Passada a euforia da conquista, O Imparcial enviou as perguntas abaixo à nova prefeita, abordando assuntos sobre a sua campanha, planos para os próximos anos, ligação com a Câmara, e muito mais. Confira!

Jornal O Imparcial: Como você define sua campanha? Você acha que teve algum ponto chave para a sua vitória?
Maria Helena: Ao contrário do que alguns disseram, não foi uma campanha de grande investimento. Definiria minha campanha como quero que seja meu governo: de diálogo franco e proximidade com a população.
Eu sabia que a partir do momento que fosse nos lares e propusesse melhorias nas questões que mais tocam o montealtenses, essa ação se tornaria um “caminho sem volta”: agora temos que estar sempre perto das pessoas e dar satisfação a cada passo dado, a cada ação feita.
Essa definição de uma campanha “perto das pessoas” também pode ser vista como o ponto chave da vitória, já que tivemos expressiva preferência em bairros mais populosos e com mais necessidades.

Jornal O Imparcial: Você foi de suplente na eleição passada (assumindo o cargo nos primeiros meses da atual Legislatura) à prefeita eleita na sequência. Como você vê essa ascensão na carreira política?
Maria Helena: A gente nunca espera adentrar o cenário político institucional com a perda de um grande homem (Marcelo Tota), como ocorreu comigo e, décadas atrás, com o Dr. Joaquim (entrou com a passagem do Benedito Aparecido de Carvalho, o “Fio”).
Claro que, quando você entra na Câmara, não pensa assim: “vou fazer esse mandato e me candidatar ao Executivo”.
Porém, o contato com pessoas, bairros e grupos, com variados tipos e focos de ação me mostrou que a política estava muito longe das pessoas. E observando o cenário local, pensei que a hora era agora: de me colocar como uma das novas lideranças políticas do município, já que entendo haver uma mudança de gerações acontecendo.
Seguindo o mesmo foco de vereadora, de ação direta com a população, de diálogo e contato, montamos a campanha nesse sentido. E esse caminho acabou se mostrando o preferido da maioria das pessoas.

Jornal O Imparcial: Você é professora e funcionária pública. Podemos dizer que essas áreas terão enfoque especial nos próximos quatro anos?
Maria Helena: O enfoque tem que ser amplo e sempre sintonizado com o desejo popular. Saúde, manutenção de áreas de circulação pública e manter as contas ajustadas são preocupações emergentes. Porém, como também foi tônica de nossa campanha, teremos essa atenção especial ao funcionalismo e ao professor.
Ao professor, que é uma categoria ampla e vai além deles, passando por funcionários da Educação e também pela necessidade de especialistas nas equipes multiprofissionais, vamos analisar cada caso, distorções que já sabemos que precisam de resolução e claro: retomar melhorias estruturais em escolas que ainda necessitam. Ainda é preciso um diálogo amplo no sentido de avaliarmos o currículo, os efeitos do estudo remoto desse ano… enfim, grandes desafios.
O funcionalismo é outra questão “para ontem”. Aprofundar o Plano de Carreira, com cargos da estrutura para além das coordenadorias e aumentar o auxílio-alimentação são compromissos. No caso do auxílio, talvez no primeiro ano tenhamos até que recorrer à Justiça pelo direito que entendemos que o município possui de ampliar esse benefício, hoje “barrado” pela Lei Complementar 173, que restringe investimentos do município prevendo queda de arrecadação por conta da pandemia. Caso não consigamos, vamos enxugar o percentual orçamentário de 2021 e deixar reservado para começar a aumentar o auxílio em 2022. Mas vai sair e teremos, ao final de quatro anos, R$ 400 a mais de auxílio-alimentação.

Jornal O Imparcial: A Saúde foi uma área que sofreu bastante questionamento na atual gestão. Quais os seus planos para essa pasta?
Maria Helena: Durante a campanha, falamos sobretudo num tripé de ações. Sabemos que os apontamentos do Ministério Público do Trabalho à municipalidade pediram mudanças na gestão do Pronto-Socorro, por exemplo. Ali, precisamos dialogar com toda equipe, para que juntos possamos construir a melhor rotina de trabalho possível; o papel do Dr. Joaquim, no diálogo com a classe médica local, sem dúvida trará bons frutos, como reforçar a retaguarda médica.
Os medicamentos são outra questão essencial. É preciso enfrentar o problema. Informatizar os prontuários, tornando todo o processo eletrônico e integrado vai, também, nos mostrar se as compras de medicamentos correspondem às necessidades da população. Vamos analisar a lista que compramos e atualizá-la, tendo mais possibilidades de aquisição. Por fim, a mudança mais esperada: seja com rodízio de entrega de medicamentos, seja com a instalação de dispensários de medicamentos nas unidades de bairro, vamos proceder à descentralização da entrega de remédios para a população, como ocorreu no passado. É um processo mais complexo, de fases, mas vamos enfrentar de imediato.
Por fim, a questão, talvez, mais complexa: dos médicos especialistas. Temos que aguardar o concurso mais recente, para ver se as vagas serão ocupadas. Há a luta por um AME aqui, em Regional de Saúde diferente da de Taquaritinga. Agora, se o concurso não for efetivo na garantia de mais especialistas aqui, teremos que buscar, dentro da legalidade, uma forma de contratar esses serviços aqui na cidade.
No mais, precisamos reestudar as especialidades presentes no município a fim de poder atender melhor a população, além de ampliar o atendimento, sobretudo, as UBSs e PSFs, o que ajudaria a desafogar o Pronto-Socorro.

Jornal O Imparcial: Pela sua ótica, qual a área que precisa de uma atenção mais urgente no município?
Maria Helena: Como disposto acima, a Saúde pede urgência. Mas atualizar, por exemplo, o estado de cada um dos pontos de erosão do município pede urgência, assim como as ações relativas ao desenvolvimento industrial de uma cidade que possui empreendedores querendo expandir; e, também, há um Turismo se desenvolvendo à revelia do poder público, cuja ordenação, legalização e efetivação do setor como importante vetor econômico local urge.

Jornal O Imparcial: Você pode adiantar algum nome que irá fazer parte de seu Governo?
Maria Helena: O tempo é curto e estamos direcionando nossos focos ao funcionário de carreira, em busca de nomes para ocupar também diretorias. Também precisamos entender onde podemos “enxugar”. Há um tema muito pouco abordado na campanha, mas para o qual temos atenção especial: o Meio Ambiente. Se amamos nossa cidade e entendemos nosso potencial turístico, é preciso dar atenção a isso. Para esse trabalho, temos o jovem Fábio Nascibem, que em seu doutorado vem tratando de Educação Ambiental. Ele será um nome da área e, com ele, trará consultoria de uma importante universidade para avançarmos em algumas propostas ambientais e de sustentabilidade.

Jornal O Imparcial: Você já entrou em contato com o prefeito João Paulo? Como pretende fazer a transição entre os Governos?
Maria Helena: Eu não dei conta de tantas e tantas mensagens que recebi. Nessa terça vi a mensagem que o João Paulo me deixou ainda no domingo de eleição: como sempre educado, correto e abrindo as portas para a transição. Também me ligou o candidato Zé Ricardo.
Não esperava outra atitude do João Paulo. Então, juntos, vamos alinhar informações e também montar um escritório de transição, de onde vamos despachar com nomes que venham a compor o governo, sobretudo nessa busca, dentro da estrutura, de funcionários de carreira que possam vir a compor conosco.
Também estamos atentos às orientações do Governo do Estado sobre a transição, com importantes informações e procedimentos a serem adotados, tanto pela nossa equipe de transição quanto por membros do atual governo que possam nos auxiliar – trata-se da plataforma “Cidades em Rede”, com importantes estudiosos de administração pública que estão colaborando para as transições em todo o estado.
Esse misto de informações, orientações e trabalho conjunto vão nos deixar preparados para tocarmos o Executivo municipal. Por isso, nosso prefeito e sua equipe serão muito importantes nesse processo.

Jornal O Imparcial: Com relação ao Legislativo, como pretende ser a relação junto aos 13 eleitos? Tem alguém que será a ‘sua voz’ por lá?
Maria Helena: Convivi com cinco dos vereadores da próxima legislatura: além dos quatro reeleitos, nosso atual vice-prefeito, Bicudo. Temos mais quatro edis de nossa coligação e quatro novos. Iniciamos contatos com eles e vamos falar com todos para que participem, desde a transição, caso queiram.
Penso que a relação tem de ser muito próxima. A gente viu algumas entrevistas de vereadores reeleitos que também trouxeram essa premissa: acabou a campanha, agora é todo mundo por Monte Alto. Que seja assim: trabalhar pela cidade e mais nada além disso.
Penso que se tivermos uma relação próxima, estreita e de trabalho conjunto com a Casa de Leis, não precisaremos de “uma voz” ou uma liderança por lá. Não temos, de forma concreta, essa tradição de líder de governo na Câmara. Com o passar do tempo, até podem surgir interlocutores mais próximos ao governo, mas a ideia é estar sempre perto de todos, abrindo espaços de opinião, de participação. Somente unidos, Prefeitura, Câmara, Judiciário, entidades, associações de moradores e outras organizações é que podemos construir uma cidade melhor em tempos tão duros.

Jornal O Imparcial: Por fim, qual a sua mensagem final para os montealtenses?
Maria Helena: Primeiramente, agradecer o apoio da maioria dos votantes, que foram às urnas mesmo diante desse cenário complexo e triste da pandemia. Agradecer aos meus adversários por, em quase toda a campanha, terem sido corretos; aos candidatos a vereador que se dispuseram a lutar por Monte Alto – e que não sujaram as ruas com santinhos.
Nosso obrigado vai também a cada um que trabalhou para que a eleição transcorresse.
E deixamos o recado: daremos o nosso melhor nesse novo momento. Estamos buscando a modernização de alguns processos do governo municipal e, ao aprofundar o Plano de Carreira, dar mais oportunidades ao funcionalismo e, claro, melhorar o atendimento à população.
Não serão anos fáceis. Mas estaremos sempre perto, presentes, compartilhando com todos os desafios, as vitórias e cada batalha a ser enfrentada. Só temos que ir, todos, juntos: porque não governamos sozinhos, sentados na cadeira.

 

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