Na 102ª sessão ordinária da Câmara Municipal , o presidente, vereador Thiago Cetroni, manifestou reconhecimento aos empreendedores locais da mercearia do sr. Chico e da dona Neide.
Presente no comércio montealtense desde 1973, ou seja, há cinquenta anos, a ideia de inaugurar o local partiu do próprio Chico junto ao irmão de Neide, Edson Ambrósio de Castro, conhecido como ‘Edinho’.
Sr. Chico almejava ter o próprio negócio. Inspirado por suas vivências enquanto trabalhou como garçom a atendente no extinto Monte Alto Clube, ele vislumbrou a oportunidade ideal ao encontrar um lugar próximo a um açougue e à antiga residência de seu sogro, na Vila Gadine. A partir daí, surgiu o objetivo de abrir uma mercearia que também funcionaria como um bar.
“A Mercearia do Sr. Chico é um refúgio onde as tradições culturais e gastronômicas são tratadas com respeito e carinho”, afirmou o vereador-autor.
Desafios diários foram enfrentados e superados pela dupla, com muita determinação, paixão e criatividade. O estabelecimento começou a prosperar. Após um período, ‘Edinho’ decidiu sair da sociedade a fim de buscar novos horizontes, deixando a empreitada para o casal Chico e Neide.
De acordo com Cetroni, diversas pessoas e personalidades passam até hoje por lá; artistas caipiras de renome na época como Lio e Léo, Nhô Lemo, Zilo e Zalo, Vieira e Vieirinha também frequentaram o espaço. A mercearia era tão bem quista pela população que acabou ganhando o apelido de ‘pag poko’.
No âmago do estabelecimento, perpetua-se um legado que perpassa gerações. Uma bebida famosa, trazida para o Brasil durante a escravidão, em honra ao príncipe do Congo, Kangingin: o canjinjin. Tripas bovinas para a produção de linguiças artesanais, xaropes para tosse, cachaças temperadas, como a curiosa ‘carroça’ – feita com cascas de madeira de uma roda de carro de boi –, bem com queijo mineiro, bacalhau, molhos de pimenta artesanais, especiarias, jiló em conserva, sarapatel aos sábados, o rapé e o fumo de corda são alguns dos produtos que podem ser encontrados na mercearia do sr. Chico e da dona Neide.
Thiago Cetroni ainda destaca, na propositura, que, embora tenha aparecido as grandes redes de supermercado e hipermercados, o estabelecimento nunca perdeu sua clientela, tampouco sua essência, sendo um exemplo de preservação, trabalho árduo e amor pela comunidade.
Usaram da palavra, além do autor da moção, os vereadores Baltazar Garcia, Donizete Morelli, Murilo Jácomo, Mauro César de Toledo, Victor Pereira Martins e José Cláudio Inforçatti, que destacaram a merecida homenagem ao casal de empreendedores. Adilson, filho do sr. Chico e da dona Neide, também marcou presença na ocasião, e, em nome de toda a família, agradeceu o reconhecimento aos vereadores, e ressaltou histórias memoráveis ao longo dos cinquenta anos de existência do estabelecimento no comércio de Monte Alto.