No último fim de semana, o Bispo Diocesano Dom Eduardo Pinheiro da Silva anunciou a decisão do Papa Francisco de elevação da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus à condição de Basílica Menor. O comunicado foi feito durante o Retiro do Clero, realizado em Campos do Jordão.
A concessão do título de Basílica Menor levou em consideração alguns fatores como: a dimensão da devoção e veneração à imagem do padroeiro Bom Jesus desde o surgimento da cidade, com Porfírio Pimentel já criando este laço de afeto; e a dimensão arquitetônica da Igreja, que externamente possui traços neogóticos e, internamente, afrescos que remetem à Ressurreição, a Pentecostes, ao Cordeiro de Deus, São Pedro e São Paulo, entre outros.
A participação da população montealtense nas celebrações religiosas, que são sempre muito bem organizadas na forma litúrgica, também contribuiu para a decisão do Papa Francisco.
Segundo o pároco da Paróquia do Senhor Bom Jesus, Padre Luiz Gustavo Scombatti, a finalidade de uma Basílica Menor é proporcionar a vivência dos Sacramentos. No Santuário, antigo título da Igreja Matriz, os fiéis acendiam suas velas, faziam suas orações e pagavam suas promessas. Agora, na Basílica, será agregada a possibilidade de celebrar com cada missa o que viveram através da devoção que cada fiel traz dentro de si.
Frequentando a Basílica, todo fiel que participa da celebração de uma missa, que se confessa e reza um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Creio nas intenções do Santo Padre, Papa, recebe, automaticamente, a indulgência plenária.
Após a instalação canônica da Basílica, as missas e confissões passam a ser diárias na Basílica do Senhor Bom Jesus, com horários ainda a serem definidos.
A proposta da elevação foi lançada pelo pároco Luiz Gustavo, que em um dia de atendimento aos fiéis, começou a ficar maravilhado com a arquitetura da Igreja: “creio que foi uma ação do Espírito Santo que me tocou para iniciarmos o processo.” O primeiro passo foi dado em 2020 e o processo foi concluído com os levantamentos históricos, mapeamento e fotografias, que compuseram o dossiê.
Após conversa com o Bispo Dom Eduardo, a ideia passou pelo Conselho de Presbíteros, que aprovou de forma unânime; concluído o dossiê, ele foi enviado para o Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que também deu o aval e, a partir disso, foi enviado para a Santa Sé, na coligação do Culto Divino dos Sacramentos, em 28 de setembro de 2021.
A aprovação e criação oficial da Basílica aconteceu no dia 24 de maio. A instalação canônica, no entanto, acontecerá no dia 18 de novembro, uma data significativa para a Igreja, pois, em Roma, celebra-se a dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo; todas as atividades como Basílica Menor terão início a partir desta data.
Até lá, a Igreja passará por um processo de adequação para ser identificada como Basílica. Alguns símbolos são fundamentais para essa identificação: o Umbráculo, espécie de sombrinha utilizada pelo Papa em trajeto pelas Igrejas; o Tintinábulo, que possui um pequeno sino e será ornamentado com referências próprias da Basílica do Bom Jesus; as Chaves Pontifícias, que vêm acompanhadas do brasão do Papa, e a chave de São Pedro, significando a comunhão direta com a Igreja de Roma.
Como Basílica Menor, alguns lugares da Igreja também são fundamentais e, a partir de agora, não podem mais ser alterados, sendo eles a Mesa do Altar, a Mesa da Palavra e a Cadeira do Presidente.
O título de Basílica Menor concedido à Matriz do Senhor Bom Jesus representa mais uma importante e significativa conquista para a comunidade religiosa montealtense e, certamente, para o forte turismo religioso da cidade.