Por Uol
O que aconteceu
Imunizante será destinado para toda a faixa etária de 2 a 59 anos. O governo diz que passará a disponibilizar 60 milhões de doses anuais a partir de 2026, com integração ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). Já há pedido de registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Toda produção ocorrerá no Brasil. Com investimento total de R$ 1,6 bilhão, vacina será integrada ao PDIL (Programa de Desenvolvimento e Inovação Local), do Ministério da Saúde, com financiamento de R$ 100 milhões pelo BNDES.
Eficácia de 79,6% em casos de dengue sintomática e 89% em casos graves, diz governo. A vacina brasileira é tetravalente —atua contra os quatro sorotipos da dengue.
Hoje a vacina disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) é para crianças e adolescentes de 10 a 14. O imunizante é a Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda.
A vacinação é um dos pontos em que a gestão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem sido criticada. Neste mês, o estado de São Paulo decretou emergência por dengue, após registrar 124 mil casos e 113 mortes em 2025.
Sob risco de demissão
A troca de Nísia é esperada. Ela deverá ser substituída pelo ministro Alexandre Padilha, atualmente nas Relações Institucionais, mas, como em outras situações, Lula tem demorado para fazer o anúncio depois de meses de especulações, que seguem à medida que se aguarda (e os partidos pressionam por) uma reforma ministerial mais ampla.
Lula a segura há dois anos, sob forte pressão pelo Congresso. De histórico acadêmico e técnico, Nísia é criticada por parlamentares por uma suposta falta de traquejo político, em especial na hora de liberar verbas.
Nísia foi ovacionada pelos servidores presentes. Ela foi a primeira a falar, pediu que os secretários se levantassem, para serem aplaudidos —o que foi feito amplamente, com exceção de Lula, visivelmente de mau humor — ela pediu um minuto de silêncio para o papa Francisco, que está internado em Roma.
Não se trata de dar uma resposta para este momento. Mas, se agora a gente não fizer, não tem [vacina] no ano que vem, é óbvio, nem vai ter futuro no país.
Nísia Trindade, ministra da Saúde.