Na tarde de quinta-feira, 28 de setembro, parte dos mais de 700 trabalhadores lesados pela falência da empresa Ítalo Lanfredi S/A foram ao Fórum de Monte Alto, em busca de mais clareza em relação ao processo judicial que envolve a situação.
O juiz da causa, Dr. Gilson Miguel Gomes da Silva, titular da 1ª Vara da Comarca de Monte Alto, convidou os manifestantes a entrarem e explicou os acontecimentos e a etapa do processo de falência.
Em relação à lista de preferências de recebimento de créditos, esclareceu que foram apontadas divergências pelos advogados que representam os trabalhadores.
O juiz explicou que o valor disponível na massa falida é limitado e, no máximo, pagará o crédito extraconcursal, ou seja, aquele decorrente de obrigações contraídas depois que a empresa entra em recuperação judicial. Assim, só vai se beneficiar dos valores quem estava na empresa a partir do dia que teve início a recuperação.
Segundo relatos tanto dos advogados quanto dos trabalhadores envolvidos, créditos prioritários não foram devidamente incluídos na listagem inicialmente apresentada pelo administrador judicial, Dr. Oreste Laspro.
Dessa forma, o Dr. Gilson esclareceu a necessidade de uma revisão minuciosa em todas as certidões de habilitação de créditos, visando identificar possíveis trabalhadores com direito à preferência no recebimento de valores.
Após a identificação das preferências, uma nova lista será elaborada e submetida à análise, quando será concedido um prazo para que as partes, através de seus advogados, concordem ou contestem a lista, que poderá passar por modificações significativas em relação à primeira lista disponibilizada, garantindo assim a justa distribuição dos recursos disponíveis.
Cabe ressaltar que essa nova lista certamente não beneficiará a totalidade dos trabalhadores lesados, uma vez que os valores arrecadados no processo de falência até o momento não atingirão aqueles que possuem créditos anteriores ao período de recuperação judicial da empresa.
Na ocasião, o juiz Dr. Gilson Miguel Gomes da Silva também explicou que decretou a falência da empresa quando percebeu que o valor da dívida estava aumentando, mais credores estavam surgindo, o funcionamento da empresa estava inviável e a sua manutenção poderia comprometer todo o patrimônio e não sobraria dinheiro para ninguém.