Responsável por promover uma série de eventos em Monte Alto, Daniel Marino, conhecido popularmente como Daniel Bigatto, volta aos holofotes neste ano com a realização de sua 20ª Festa à Fantasia, ainda sem data definida para acontecer.
Em entrevista concedida ao O Imparcial, o organizador, Daniel, explicou sobre as origens da festividade, bem como suas lembranças e expectativas para esta nova edição.
O Imparcial – De onde surgiu a ideia de realizar a Festa à Fantasia no município?
Daniel Marino – A festa iniciou como uma brincadeira dos amigos, a gente fazia churrasco e juntava nome na lista. A primeira edição teve como tema ‘os anos 60’, juntamos os amigos, compramos cerveja e colocamos um som dos anos 60. Aí, no outro ano, todo mundo pediu bis, falaram para fazer de novo, e eu pensei, ‘os anos 60 vai ficar limitando as fantasias’, e foi onde eu tive a ideia de fazer a festa à fantasia, porque assim cada um vai do jeito que quer, cada um se solta. E foi então que eu fiz a primeira, e depois foi aumentando, cada ano idealizando mais, colocando shows.
O Imparcial – O evento tem uma temática diferente, mas que sempre atraiu centenas de pessoas. A que se deve todo o sucesso desta festa?
Daniel Marino – Tem coisas na vida que são únicas. Tem prazeres que você só vai sentir se estiver presente. Então, quem participou das festas à fantasia de Monte Alto sabe que ela era única, ela era a verdadeira festa da região. A tradição era Monte Alto, e aonde eu ia na região, eu fazia questão de acompanhar a divulgação. E o pessoal nem sabia que eu era o Bigatto, que eu fazia as festas. O que eu ouvia na boca das pessoas era ‘nossa, essa é aquela famosa festa à fantasia de Monte Alto’, e ela foi pegando uma dimensão enorme até chegar em um ponto que eu tive barreiras, começaram a surgir adversidades, e eu achei melhor parar. Foi onde eu parei e todo mundo pedindo bis ou falando ‘faz aí, faz aí’, e já faz vários anos que eu estou tentando. Aí veio a pandemia, adiei mais um pouco. E agora eu falei: ‘esse ano eu vou fazer’.
O Imparcial – Muitas pessoas comentam e relembram da realização do evento, no passado. No entanto, o público mais jovem não conhece de fato a festa. Esta vigésima edição teria por objetivo unir essas duas gerações, tanto aqueles que já participaram quanto aqueles que não conhecem?
Daniel Marino – Com certeza. Só para ter uma ideia, eu acompanhei o João Rock nascer na minha frente. Na época em que eu divulgava na Difusora, em Ribeirão Preto, lá tinha o diretor Maximus, que era comercial, ele chegou em mim e mostrou a ideia do João Rock, inclusive eu era um dos convidados para os primeiros João Rock que teve. O que eu posso garantir para quem não curtiu esse tipo de evento é que é um prazer único. É uma festa em que você vai e é descontraída por causa da fantasia, e a tradição do Rock and Roll. Tem coisas que são únicas, não dá para explicar. Só quem vai e curte vai saber o que é realmente uma festa à fantasia.
O Imparcial – É um evento que se aproxima muito do seu gosto musical, voltado mais para o Rock, Pop e MPB?
Daniel Marino – Na nossa infância, aqui em Monte Alto, o Rock foi predominante. Então, até hoje eu gosto de Rock, e é algo marcante na infância de muitas pessoas aqui e na região também.
O Imparcial – Quais artistas você trouxe? Qual te marcou mais?
Daniel Marino – Foram vários: Charlie Brown, O Rappa, Cidade Negra, Kid Abelha, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, CPM 22, Pitty. Ah, eu acho que todas as bandas marcaram, mas para mim, foi o Charlie Brown. Eu peguei o Charlie Brown numa fase que Monte Alto e região nunca pegaram, igual a de 2003. Naquele ano da festa veio gente de todos os lados, foi algo impressionante. Ônibus saíam de todos os lugares, do Rio de Janeiro. Foi uma coisa fora do comum.
O Imparcial – Em anos anteriores, era costume colocar bandas locais para abrir e fechar as apresentações. Nesta edição especial, pretende retomar a iniciativa?
Daniel Marino – Diamba, Roy Corroy, acho que essas bandas fazem parte da festa, da nossa história. A ideia é juntar essa tradição, essa verdadeira festa que aconteceu em Monte Alto e fazer um bis. É uma festa que ela tem um propósito de dar uma oportunidade para quem não curtiu, e também, para mim, é um objetivo pessoal. Eu tinha que fazer essa vigésima edição e, se lá atrás não foi possível, agora ela tem que ser realizada.
O Imparcial – A divulgação pegou toda a população de surpresa. É muito cedo, mas como está a sua expectativa para este evento?
Daniel Marino – É a melhor. Só de poder juntar os amigos e reviver tudo aquilo, para mim, já está excelente.
O Imparcial – O que as pessoas podem esperar desta festa?
Daniel Marino – Se depender de mim, vai ser a melhor festa à fantasia, em todos os sentidos. O meu propósito é dar o melhor de mim para esse evento, inclusive ele terá um intuito social – sendo realizado pelo Instituto In1Social – que é um sonho antigo meu, em fazer algo para a cidade. São surpresas que serão divulgadas com o decorrer do tempo.
O Imparcial – Olhando para o passado, as experiências que teve com a realização de eventos anteriores, elas servem de espelho para promover esta edição?
Daniel Marino – Com certeza. Em Monte Alto, já tive mais de cinco casas noturnas, já enfrentei altos e baixos, então eu sei como é. Isso aqui era algo que eu tinha que enfrentar, que eu tinha que concluir. Então, eu acho que o momento é agora. O que eu espero é unir forças, já fiz o convite para várias entidades, porque o objetivo agora é fazer algo maior. No que depender de mim, vai ser a melhor festa.
O Imparcial – Qual a mensagem que você deixa para os mais antigos e para os mais jovens, que não conheciam, mas que passarão a conhecer o evento?
Daniel Marino – Acho que a mensagem é única. Quem não teve o prazer de viver uma festa à fantasia, de verdade, vai ter oportunidade agora; e quem viveu, é o momento de rever os amigos, curtir um Rock and Roll e dar risada.