Marco, caracterizado como Drummond, acompanhado do elenco da peça
Em um espetáculo que misturou música e poesia, a Cia. Covil apresentou no sábado, 25 de junho, no Cine-Teatro Municipal, a sua 23ª obra: “Drummond e o Sentimento do Mundo”. O espetáculo foi baseado no livro ‘Sentimento do Mundo, publicado por Drummond em 1940.
“Anos mais tarde, ele seria considerado o maior poeta brasileiro do século XX. A publicação foi em meio a uma devastadora guerra mundial e uma violenta ditadura, o Estado Novo, de Getúlio Vargas. O livro transmite, com beleza ímpar, os sentimentos nacionais naquele momento. O medo, as paixões, as confusões, o pânico, a hipocrisia, a descrença, a saudade, a nostalgia e outros”, destaca o ator e diretor do Covil, Marco Abrão. O elenco ainda foi composto por Letícia Rossi, Bruna Real, Duda Cazulla, Beatriz Tabara, Dayra Paola e Gabriel Fernando.
Durante quase uma hora de espetáculo, o público acompanhou o poeta trancado numa sala com sua máquina de escrever produzindo os poemas do livro, e sendo visitado pelos ‘personagens’ que dão voz às poesias, como a Moça-Fantasma de Belo Horizonte, o Inocente do Leblon e os Mortos de sobrecasaca.
“Estou realmente muito orgulhoso. Apesar das dificuldades, cumprimos algo histórico: foram seis peças em seis meses até o momento em 2016. Vinte e três em pouco mais de três anos. É provável que hoje não sintamos precisamente o que isso significa, mas um dia, quando tivermos mais noção de como o mundo é difícil, talvez nesse dia tenhamos ideia do quanto a iniciativa da juventude é capaz de mudar o mundo. Como eu repito várias vezes, o teatro não muda o mundo, a arte não muda o mundo. A arte muda pessoas e pessoas mudam o mundo. Se minimamente vocês passarem a enxergar mais a beleza nas pequenas coisas e a mentira das grandes verdades, sinto-me satisfeito. Obrigado a todos os empresários e profissionais da imprensa que nos apoiam. Vamos às próximas, e contem sempre com este pessimista que não se cansa de sonhar”, finaliza Marco.