Notadamente, a música é uma das mais conhecidas formas de expressão de pensamentos e emoções, podendo ser encontrada em muitas culturas de diversos lugares do globo.
É um dos meios pelos quais as pessoas, por mais diferentes que sejam, se conectam e compartilham a experiência momentânea de aproveitar a melodia e a harmonia musical.
Há quem pense que a música não se enquadre como uma forma de comunicação, ledo engano. Não só comunica como, para muitos, têm uma relação muito mais íntima. A música, como tal, emite um papel de geradora de sentimentos, que acabam se sobressaindo e variam desde a felicidade, alegria e calma até a melancolia, estranheza e interesse, por exemplo.
Quem nunca, ao ouvir a música ‘Stairway to Heaven’, da banda britânica de rock Led Zeppelin não sentiu-se extasiado com o lendário solo de guitarra do guitarrista e líder do grupo, Jimmy Page? Ou então, não teve a sensação de estar reflexivo com a letra de ‘Pais e Filhos’, do Legião Urbana? Ou, ainda, não se sentiu calmo, com um sentimento fácil e tranquilo ao ouvir ‘Vida Boa’, da dupla sertaneja Victor e Léo? São inúmeros os exemplos, mas todos só endossam o significado que cada letra, cada melodia expressa individualmente nos sentimentos dos indivíduos.
Pensando sob essa perspectiva, o guitarrista e professor de guitarra André Pastre comenta sobre o poder que a música tem de mexer com as emoções dos ouvintes. “Acredito que a música tem como principal atributo o poder de sensibilizar. Qualquer pessoa que tem a música ao seu lado, mesmo que inconscientemente, pode experimentar este sentimento e relacionar a música com momentos, pessoas, lugares etc”.
O papel da música, segundo ele, é o de evidenciar os bons momentos e de amenizar situações consideradas adversas. “Dentre tantos sentimentos que a música estimula e que poderia citar, acredito que o mais belo que um ouvinte ou instrumentista pode experimentar é o pertencimento”, completa.
Pastre diz que a música, quando apresentada de uma maneira acessível, “afrouxa muitas de nossas convenções sociais”. “Penso que a produção musical se vale de estratégias para se comunicar com nichos específicos. Dentro de um contexto de cultura de massa, letras, melodias e harmonias tendem a ser mais empacotadas para que se venda mais; a música é vista como um produto voltado para gerar lucro”, explica.
“Em tempos de polarização geral e da desumanização de nossa sociedade, vide individualismo e consumo, a música se apresenta como ferramenta para que o coletivo seja fortalecido”, finaliza André Pastre.