Uma explosão de casos de dengue irrompeu no país no início deste ano. Números do Ministério da Saúde registraram, até 30 de janeiro, 217.481 casos da doença.
Segundo a pasta, este aumento estaria relacionado a fatores como a combinação entre chuvas intensas e calor excessivo – possíveis efeitos do El Niño –, bem como ao recente reaparecimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no território nacional. Nos primeiros trinta dias de 2023, o Ministério havia computado 65.366 casos da doença.
A dengue integra um grupo denominado arboviroses; seu vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt e dispõe de quatro tipos de sorotipos: DENV-1, DNV-2, DENV-3 e DENV-4, sendo que, todos eles podem causar diferentes sintomas.
Um indivíduo pode contrair a doença, ao menos, quatro vezes ao longo de toda sua vida, pelo fato de que ele pode ser infectada com os quatro sorotipos do vírus. Embora todas as faixas etárias sejam suscetíveis à dengue, pessoas com a idade mais avançada e portadores de doenças crônicas – diabetes, hipertensão arterial – têm mais chances de seu quadro evoluir para casos mais graves e complicações que podem levar o paciente à morte. Ao ser exposto uma vez a determinado sorotipo, em caso de remissão da doença, o indivíduo desenvolve imunidade.
Entre os principais sintomas da doença, destacam-se os clássicos: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, náuseas e vômitos e manchas vermelhas pelo corpo, acompanhados pela febre alta repentina (39 e 40 graus). Contudo, a presença deles não é uma regra. Algumas pessoas contraem a dengue assintomática ou até mesmo um quadro leve, sem a presença de sintomas.
O Ministério da Saúde recomenda vivamente que, caso o indivíduo sinta alguns desses sintomas descritos, procure imediatamente uma unidade ou serviço da saúde para um tratamento adequado da doença.
Além de sua forma ‘leve’, a dengue também entra em ação com sua face mais grave. Passado o período febril, é preciso ficar atento ao aparecimento dos seguintes sintomas: vômitos persistentes, dor abdominal contínua e intensa, sangramento na mucosa, acúmulo de líquidos em cavidades corporais e hemorragias. Eles podem ser vistos entre 3 e 7 dias após os sintomas iniciais do vírus no corpo humano.
Predominantemente clínica, a doença pode ser tratada facilmente. Como não há um medicamente específico para combater a dengue, os médicos orientam o paciente a ficar em repouso relativo – enquanto persistir a febre –, estímulo a ingestão de líquidos, uso de paracetamol ou dipirona – apenas em casos de febre e dor –, a não utilização de ácido acetilsalicílico, e retorno imediato caso a doença evolua para quadros mais graves.
Em breve, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilizará gratuitamente a vacina Qdenga, contra a dengue. O fármaco, produzido pelo laboratório japonês Takeda Pharma, deverá ser oferecido a partir deste mês, seguindo alguns critérios estabelecidos pelo próprio Ministério da Saúde. Devido ao baixo número de doses – num primeiro momento, apenas crianças de 10 a 14 anos serão vacinadas, faixa etária que corresponde ao maior número de hospitalizações, atrás apenas dos idosos – a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não liberou o fármaco para este grupo.
37 regiões de saúde que contassem com, pelo menos, um município de grande porte – mais de 100 mil habitantes –, tivessem alta transmissão de dengue computada em 2023 e 2024 e registrassem maior proeminência do sorotipo 2 (DENV-2) da doença, foram selecionadas. Monte Alto não está nesta lista.
No total, 521 municípios de 16 estados, mais o Distrito Federal, preencheram os requisitos para receberam as vacinas neste ano. O esquema vacinal é composto por duas doses, com um intervalo de três meses entre uma aplicação e outra.