Nos últimos meses, surgiu uma grande discussão nas redes sociais acerca de duas síndromes que estão cada vez mais comum entre os profissionais. Exaustão, falta de conexão com os colegas de trabalho e redução da eficiência são alguns dos sintomas apresentados por pessoas que estão passando por uma crise de Burnout, uma doença ocupacional reconhecida pela OMS.
De primeiro momento, esses sintomas e a própria doença são interpretados como reflexo de excesso de trabalho e abuso nas cobranças dentro do ambiente profissional. Em contrapartida, existe um outro lado do Burnout, chamado boreout. Enquanto “Burn” significa “queimar” em inglês, “bore” significa algo tedioso.
O termo boreout refere-se a um estado crítico de desmotivação e ausência de desafios profissionais. Ao contrário do Burnout, em que há mais tarefas do que o profissional é capacitado de realizar, o boreout acontece quando há menos demanda e desafios do que a pessoal conseguiria entregar, e isso pode ser desmotivador.
Assim como o Burnout, o Boreout tem efeitos relevantes e fortes sobre a saúde emocional e psicológica do ser humano. Existe uma geração de ansiedade, não realização, cinismo, baixa empatia e descaso. No Burnout, o problema não é apenas o excesso de demandas, mas a falta de condições por parte do profissional para atendê-las. No Brasil, mais de 30% dos profissionais do mercado de trabalho empregados já passaram pelo Burnout, e de acordo com o contexto atual da pandemia, esse número tende a crescer.
O Burn e o Boreout afetam diretamente na autoestima. Como consequência, os profissionais perdem totalmente a confiança e ficam inseguros. Para os líderes, a solução é desenvolver uma comunicação mais empática; e para os empregados, o resgate da autoestima vem por meio de uma escuta ativa e compartilhamento de qualidade de cada um deles.
Um clima organizacional positivo, que estimule a colaboração entre todos e o crescimento profissional, é um dos principais fatores preventivos das síndromes ligadas ao trabalho. Tomar atitudes nesse sentido evita adoecimento dos funcionários e prejuízos para a empresa. É importante que haja uma comunicação linear entre profissionais e supervisores para que problemas assim sejam menos comuns.
