Mais uma vez a terra tremeu em bairros de Monte Alto, tremores que foram registrados por volta das 13h e, posteriormente, às 23h, do dia 23 de março. Para uma resposta ao fato, a prefeitura procurou o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo – IAG/USP.
Quem respondeu ao chamado foi o prof. Dr. Marcelo Assumpção, do Departamento de Sismologia, que monitora as atividades no Brasil. Ele destaca que, casos de tremores ligeiramente pequenos, costumam ocorrer na forma de vários eventos que duram semanas, alternando entre períodos mais calmos e de maior atividade.
Desta vez, os registros apontaram que os tremores em Monte Alto ocorreram às 23h26, e chegaram a 2.0 de magnitude na escala Richter.
As causas, segundo Assumpção, advém de pressões geológicas atuando na crosta terrestre, que podem estar ligados ao aumento de volume do aquífero ou mesmo pela abertura dos poços profundos que exploram água no subterrâneo confinado na Serra Geral.
Estas explicações também foram utilizadas para justificar os tremores registrados no último dia 14 de março, que aconteceram por volta das 3h46 e 3h47, e computaram, segundo o Centro de Sismologia da USP, 2.2 e 2.0 de magnitude na escala Richter.
Quanto às perfurações de poços, o professor descarta qualquer possibilidade, pelo fato de ter apurado e atestado que o mais recente no município foi perfurado há três anos e se localiza a 2,5 km do local do epicentro.
“A magnitude 2.0 na escala Richter é muito pequena e não há motivo para preocupação. Não é possível prever a evolução da atividade sísmica, mas no interior do Estado de São Paulo muito raramente os tremores passam de magnitude 3,5, e mesmo assim não há risco de danos importantes”, ressalta Assumpção.