Agricultores contabilizam prejuízo da cebola em 2018

Valor da safra atual não paga os custos da produção; hoje, quilo é vendido a R$ 0,30

Quarta cultura em quantidade produzida em Monte Alto, a cebola tem um 2018 ‘para se esquecer’, já que a conta no final não bate. Um saco de 45 kg tem custo de produção em torno de R$ 30 a R$ 32 (já inseridos valores como depreciação da máquina e custos indiretos), para os agricultores locais, fazendo com que o quilo seja vendido de R$ 0,75 a R$ 0,80. “Quando iniciamos a safra, o preço de venda seria de R$ 0,55; chegamos a vender por R$ 0,20 e, hoje, está a R$ 0,30. Ou seja, prejuízo na certa para todos”, comenta o produtor, e presidente do Sindicato Rural de Monte Alto, Aparício Garbim Filho.
No município foram plantados em torno de 1.100 hectares de cebola, mesmo número dos últimos anos, o que deixa a cultura na quarta posição de área produzida. Em primeiro lugar está a cana de açúcar, com 11 mil hectares, seguida pela manga com 3 mil e limão com 2,5 mil. “Tivemos um clima favorável para a cebola em 2018, com o tempo seco e pouca chuva, culminando em uma produtividade alta, com uma média de 50 toneladas por hectare. De agosto para frente, com o preço baixo, o produtor retardou a colheita e a produtividade saltou para 60 toneladas”, ressalta.
O principal fator que causou o prejuízo aos montealtense foi a alta oferta do produto. “Minas Gerais, Nordeste e Cristalina (GO), aumentaram a área de produção, causando grande concentração no período”, destaca. “Muitos produtores já terminaram a safra, ficando apenas os grandes produtores, que estão a espera de um possível aumento no valor; porém, mesmo assim, ficaram no prejuízo”, acrescenta. Geralmente, a safra termina em meados de outubro.

Alta oferta do produto causou redução no preço da venda e, consequentemente, prejuízo aos produtores (Foto: Ronaldo Maguetas)

CONSEQUÊNCIAS – Falando como presidente do Sindicato, Aparício ressalta a atuação neste momento. “A nossa indicação é para que os produtores que não possuam altas dívidas com banco, revendas de insumos ou cooperativas, possam renegociá-las ou prorrogá-las para, assim terem chance de voltar a plantar. Isso varia caso a caso e banco a banco. Comunicamos às instituições que o preço foi desfavorável, mas as negociações são pessoais”. Uma mudança de plantio, ainda para este ano, não é vista como uma solução viável. “Estamos sem opção de plantio, pois tomate e batata também estão com preços lá embaixo. O produtor pode plantar verdura, mas será paliativo e, se todos entrarem juntos, novamente haverá excesso de produção e valores baixos”.
NÚMEROS – O prejuízo de 2018 remete a 2016, outro ano em que os produtores preferem esquecer. “Naquela época, o preço começou bem, porém foi declinando e chegamos a vender o saco a R$ 3,00, um valor irrisório; alguns produtores chegaram a ‘passar a grade’, ou seja, eliminar a roça sem colher, para que o prejuízo fosse menor”. Falando como cebolicultor, Aparício recomenda que os produtores analisem bem as suas condições financeiras e a situação do mercado para a safra do próximo ano. “Dessa forma, poderão decidir se semeiam ou não a cebola”, finaliza.

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