Por g1 Ribeirão e Franca
Um dos 35 moradores de São José da Bela Vista (SP) que ficaram de fora do bolão premiado da Mega da Virada em dezembro de 2022 diz que o sentimento é de que todos foram lesados.
“Eu acho que a gente foi lesado. Ele [organizador] não explicou que seriam dois bolões diferentes”, diz o homem, que prefere não se identificar.
Ele e o restante do grupo afirmam que foram convidados a participar do bolão, mas que o organizador realizou duas apostas, uma com 35 pessoas e outra com nove, sem informar aos participantes que haveria uma divisão.
Tentativa de acordo
O morador que alega ter sido vítima diz que ele e os outros 34 apostadores procuraram o organizador logo após a confirmação da Caixa, mas que ficaram sem resposta até que surgiu uma proposta de acordo. Porém, não houve sucesso na negociação.
“A hora que a gente procurou ele depois do sorteio, ele não respondeu ninguém. Quando ele foi responder, ele falou que o bolão que tinha dado era o das nove pessoas, e não o das 35. Depois disso, ele ficou de conversar com as nove pessoas para ver a possibilidade de estar dividindo o prêmio entre os 44 participantes e, segundo ele, os nove não aceitaram a divisão”, afirma.
Os moradores que até o momento não viram um centavo da bolada registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
O que diz o organizador do bolão
O advogado do organizador do bolão nega que o cliente tenha agido de má-fé ou com intenção de esconder a aposta vencedora.
Segundo Tiago Granzote, foram feitas apostas diferentes, mas em momento algum o organizador disse que elas seriam feitas juntas.
“Eram bolões separados, em momento algum foi dito que seriam juntos, bem como não houve qualquer tipo de utilização de recurso de um bolão no outro e vice-versa. Não há má-fé, não há qualquer intenção em lesar ninguém. Simplesmente pessoas participando de bolões diferentes”, afirmou.
De acordo com Granzote, os bilhetes foram disponibilizados pelo organizador a todos os apostadores. O advogado, no entanto, não esclareceu de que forma eles foram compartilhados, se em um único grupo ou separados.
Solução na Justiça
O advogado Mario Alexandre Silva Bassi, que representa dez apostadores, deve acionar a Justiça para buscar uma solução. Segundo ele, o grupo confiou na boa-fé e na promessa do organizador de registrar os números em nome de todos os pagantes.
Bassi está reunindo cópias das conversas e dos comprovantes do envio do dinheiro via Pix para entrar com uma ação judicial. Cada um dos participantes pagou R$ 30.