Nhonhô da minha infância
tão clara,
a luz do sol te fazia
estrada
dourada, e tuas pedras
prateadas
refletiam a luz
do luar …
Eu era
criança,
brincava
em tuas areias.
Tu eras o sonho
da infância,
da adolescência,
e a esperança
do amanhã…
Nhonhô da
minha maturidade
navegável,
doce e mansa.
Percorro agora
tuas ruas
de rio negro,
e o sossego
de outrora
transformou-se
no turbilhão
das lojas modernas,
dos carros,
das gentes
de tantos lugares.
Minha alma
é a mesma, sou a mesma
que sonha,
que acredita.
Mas o espelho
de cristal se trincou,
e a felicidade
é recordação.
E para não cair
no choro sentido,
ando suavemente,
olhando-te
com olhos da realidade.
Minha Nhonhô,
meu brinquedo mais caro,
meu silêncio,
minhas manhãs,
minhas tardes,
meu anoitecer…