Uma noite no museu

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Ser um nacionalista é se sensibilizar com os assuntos que envolvem o seu país. É amar a sua cultura, seu povo, sua música e a sua história. É se queixar das mazelas e dos maus caminhos que andam a sua nação. É se entristecer quando um pedaço dela acaba. É chorar sobre as suas cinzas e seus escombros. É lamentar o passado perdido.
Mesmo que seja um pretérito obscuro de uma colônia saqueada pelos europeus, ele nunca deixará de ser história para os verdadeiros tupiniquins da Terra Brasilis. Morreu recentemente um pedaço da nossa história. Foi saqueado, torturado e depois queimado pelo descaso. Foi deixado às traças.
Se as mesmas lágrimas que choraram pela sua perda tivessem se aproximado do incêndio, ela seria apagada. Nem mesmo a água da vida foi suficiente para fazê-lo. Dava para ouvir os gritos de Luzia, o desespero das múmias em seus sarcófagos, o meteorito querendo alçar voo para voltar ao espaço. Os hieróglifos querendo sair das páginas para que a sua história não fosse apagada; as coleções greco-romanas que corriam para todos os lados para não virarem cinzas e os dinossauros revivendo novamente a extinção árdua e dolorosa.
Todos os esforços foram em vão. Aquela noite no museu não foi uma produção de Hollywood. Não tinha efeitos especiais. Foi uma cena à moda brasilis na qual tudo pode acontecer dentro de um cenário caótico. Não há nada trágico nesta história. Há falta de patriotismo, civilidade, engajamento político e a participação de um povo, infelizmente, falido nas questões culturais.
O mais triste disso tudo é saber que todo este tesouro não era frequentado pelo seu povo. Em pensar que brasileiros, no ano de 2017, visitaram mais o museu do Louvre do que o museu nacional. Isto ratifica o gosto e a prioridade que temos pela música de lá, pela cultura de lá, pela língua de lá, pelo povo de lá, pelas paisagens de lá, pela história de lá, pelos produtos de lá, pelas roupas de lá, enquanto o nacionalismo aqui continua sem identidade, porque o povo de cá não valoriza sua história, sua cultura, sua música, sua língua, suas paisagens, seus produtos, sua brasilidade.
É tarde demais para lamentar. O que nos resta é mudar vários conceitos que vem nos atrasando. Estamos vivendo tempos de colônia. Um atraso mental, político e cultural. Estamos subordinados ao próprio retardamento. Enquanto isso, museus são queimados juntamente com a história e a identidade de um povo que ainda não conhece a si mesmo.

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