Trabalhar em casa e trabalho de casa: como separar?

Facebook
WhatsApp

A pandemia trouxe um novo sistema de trabalho, pelo menos para nós brasileiros, acostumados a sairmos de casa para exercer as nossas atividades. Mesmo com a retomada da vida normal, algumas empresas mantiveram parte de seu quadro de funcionários trabalhando em home office. E muitas pessoas, autônomas, ou já trabalhavam em casa ou investiram nessa escolha depois do evento do coronavírus.

Trabalhar em casa aproximou as mães de seus filhos, o que, para algumas, foi motivo de alegria e preenchimento, mas, para outras, foi motivo de estresse e desespero. O impacto foi sentido também por casais que, acostumados a se despedirem pela manhã e se reencontrarem apenas à noite, tiveram que reaprender a arte da convivência. Muitos não conseguiram, o que contribuiu para o aumento da violência doméstica e para um bom número de separações.

A pandemia parece estar caminhando para se tornar uma coisa do passado, no entanto, algumas marcas que ela deixou, permanecerão conosco. Como já disse, é significativo o número de pessoas que optaram por continuar trabalhando em casa, porém, isso possui alguns aspectos difíceis de administrar, principalmente, quando quem trabalha em casa é mulher.

Sem muitas opções, as mulheres acabaram se acostumando à jornada dupla, que inclui trabalhar fora e, chegando em casa, dar conta de uma série de tarefas, como limpar, lavar louça, colocar a roupa para lavar, dar banho nas crianças, pôr o lixo pra fora, preparar o jantar e o almoço do dia seguinte. Sem dúvida uma realidade exaustiva e estafante.

Há maridos e companheiros que ajudam nas tarefas domésticas, mas, ajudar não é a mesma coisa que tê-las sob sua responsabilidade. E, claro que há muitos homens que não movem uma palha para ajudar as esposas, parecendo sofrer da síndrome da mão solta, que vai cair se lavarem um prato ou pegarem numa vassoura.

E há também as mulheres que são sozinhas para ganhar o sustento da família, cuidar da casa e educar os filhos, casos em que as tarefas realmente ficam todas para elas. E, sendo bem realista, só uma mulher para saber o que isso tudo significa! As coisas têm mudado, mas, não muito. Ainda somos cobradas por manter tudo em ordem, tudo sob controle. É algo cultural, e o sensor, está dentro de nós mesmas. Uma questão de condicionamento. Esta semana, conversei com uma amiga que é web designer, trabalha em casa e tem duas filhas pequenas. Para concluir um projeto no qual estava trabalhando, precisou ir para a sala de informática de uma biblioteca.

Se alguém chega a casa de um casal e encontra tudo bagunçado, mesmo que o homem esteja sentado vendo TV ou fazendo nada e a mulher esteja fazendo alguma tarefa, a culpa da bagunça recairá toda sobre ela, isso já está implícito e acaba dando às mulheres, primeiro, uma sensação de fracasso, depois, a exaustão, o estresse, o esgotamento.

Quando trabalhamos em casa, precisamos convencer as pessoas ao nosso redor que estamos em casa, mas não estamos disponíveis. Isso fica bem difícil com filhos pequenos – com cachorros também. Eu tenho um cachorro que passa o dia deitado ao meu lado enquanto trabalho e, assim que escurece, ele se levanta e coloca as patas sobre o teclado, empurra o mouse e, se eu insisto em continuar, ele se coloca entre mim e a mesa e praticamente se deita sobre o notebook. Ele não está errado em querer que eu pare, me pôr limites, mas nem sempre é possível parar logo que o sol se põe, o que é o “termômetro” dele.

Não raro, precisamos convencer nossos maridos, nossos parentes, nossos vizinhos, nossas visitas de que estamos trabalhando em casa, o que não significa que estamos disponíveis. E precisamos também convencer a nossa pia, o nosso chão, a nossa máquina de lavar e o nosso ferro de passar que o fato de estarmos em casa não significa que estamos à disposição deles. Em síntese, precisamos convencer a nós mesmas e sermos bem organizadas e disciplinadas, aprendendo a fazer vistas grossas às tarefas domésticas.

Se der o horário de começarmos o nosso trabalho e formos só lavar aquela loucinha do café da manhã, logo nos lembraremos que precisamos pôr o lixo na rua, regar as plantas, dar comida para o cachorro, pôr a roupa na máquina ou tirar a que pusemos antes e colocá-la no varal. E, quando percebemos, o tempo passou e nos vemos enlouquecidas para terminar as tarefas do nosso trabalho profissional, negligenciadas por nossa síndrome de dona de casa.

Toda a mulher que vive essa situação, precisa aprender a ser bondosa e rígida consigo mesma, além de responsável por suas escolhas e pelo trabalho a ser desenvolvido. Pode parecer que não, mas, as tarefas de casa não fogem, ao contrário, além de permanecerem, elas se acumulam. Então, precisamos ser bondosas para não nos sobrecarregarmos, porque ninguém dá conta de tudo, o tempo todo. E, na mesma proporção, precisamos ser rígidas e nos convencermos de que, antes de donas de casas, somos profissionais. Se misturamos as estações, acabamos não sendo boas nem em uma coisa nem em outra.

O mais irônico, e as mulheres hão de concordar comigo, é que, quando trabalhamos fora, não vemos a hora do tempo passar para irmos embora, e ele não passa! Mas, quando trabalhamos em casa, o tempo nunca dá, parece que os minutos diminuem e as horas encurtam. Decididamente, ser mulher é um ato de heroísmo!

Registrando

VIVA A VIDA

Pais e familiares do jovem Arthur Neves se reuniram na noite de ontem, 30, por um motivo muito especial: celebrar

CAMPEÃO

A equipe Família Palestra conquistou o título do Municipal de Futebol 2024 em Monte Alto, logo em sua estreia na

PEDAL FELIZ

Na quinta-feira, 10 de outubro, o Rotary Club de Monte Alto realizou o projeto “Pedal Feliz”, oportunidade em que fez

ENCONTRO DE PALMEIRENSES

Está confirmado para o dia 23 de novembro o 2º Encontro de Palmeirenses de Monte Alto, que será realizado no