Quando se coloca um filho no mundo, uma das primeiras expressões que ouvimos é “Você é doido de colocar filho neste mundo em desalinho”. Não se trata de uma questão de loucura. Creio que seja uma tentativa de cura. Um filho é uma esperança que envolve toda a família. É um amor que unifica e nos leva a refletir sobre os nossos comportamentos e a forma sobre a qual escolhemos para amar. Cada filho que nasce é uma esperança de nos tornarmos uma pessoa melhor.
Da mesma forma que enxergamos a esperança de transformação pessoal e familiar quando nascem os filhos, devemos, também, educá-los a fim de que eles sejam a esperança para as futuras gerações. Colocar um filho neste mundo balburdiado é dar esperança para a humanidade. É dizer para o mundo que os bons frutos estão germinando para curar as enfermidades que assolam o indivíduo deste século ultrarromântico. É poder dar uma nova oportunidade para o planeta que habitamos. É dar esperança na vida de alguém. Filhos não vêm por acaso. Creio que Deus escreve as histórias antes mesmo de se tornarem carne.
Há bons e maus filhos. Deus os desenha para mostrar ao mundo que toda evolução depende de um antagonismo no decorrer do caminho. Entretanto, ultimamente, a maldade tem se sobressaído tanto que o homem lá de cima parou e refletiu: “Chega de maus filhos. Chega de antagonistas. Acho que já entenderam a bagunça que causaram.”
Tenham filhos! Porém, fiquem cientes da responsabilidade em colocá-los neste mundo. Ou você o torna protagonista ou antagonista de sua própria história. Nas laudas que Deus escreve deve ter uma observação: “ tudo depende da família que acolher esta nobre alma.” O cara não tem culpa. Ele deu a alma e nós demos o corpo. Ambos devem ser lapidados por quem os cria. Deus escreve a história dos filhos. A relação dos pais com os filhos e como se educa, já é algo terreno e não espiritual.
Mas não é por todas essas incertezas que devemos nos privar de não colocar um filho neste mundo. A sociedade precisa de seres humanos melhores; de pais melhores. Temos que dar uma oportunidade de melhoria para a terra que habitamos. E esta esperança vem da forma como continuamos a história que Deus começou ao nos enviar uma alma para um invólucro material. A responsabilidade é nossa. Se estamos nos autodestruindo é porque os filhos deste mundo não foram lapidados como deveriam. O ato de ter filhos é um grito contra o fim e um suspiro do recomeço. É dar esperança a nós mesmos e ao mundo criado por Deus e pelos filhos esculpidos ao longo de nossa existência.