A história sempre se repete. O homem nunca aprendeu e nunca aprenderá com a história. Vivemos tempos sombrios, e o ser humano que aqui habita tem se tornado cada vez mais frio. Numa guerra, não há ganhadores. Todo mundo perde. Entretanto, o homem insiste em digladiar por territórios, por crenças e por disputas banais. Há uma queda de braço tão grande pelo mundo afora que o sangue derramado vai tornando este planeta guerra num mar de sangue. Planeta Guerra! Esse é o verdadeiro nome da casa que habitamos neste infindo espaço. Não somos seres humanos; somos seres guerrianos. Vivemos numa guerra constante conosco e com o mundo. Conosco, pela sobrevivência; com o mundo, pela vida.
Não pensar nas famílias que perdem seus entes queridos é agir como um ser guerriano. Não pensar na criança órfã, no pai que perde o filho, na casa e na dignidade perdida, torna-te um ser guerriano. Ora, não quero ser o poeta deste mundo caduco, mas quero fazer da palavra a única arma que pode levar esse sujeito à reflexão, todavia sem guerra; apenas diálogo e vocábulo
Estamos presos no nosso medo e insegurança, porque o conflito é iminente; ou conosco ou com o outro. Derramamos sangue de seres indefesos só para provar que somos mais fortes e poderosos. A ambição do homem e a sua incessante busca pelo poder o levará à destruição. Estamos nos destruindo lentamente para que o fim se torne mais sofrido. O mundo está nas mãos de quatro ou cinco poderosos que podem, com um único botão, destruir a raça na qual pertencemos.
O ódio tem se propagado de uma forma tão desenfreada que a palavra paz vai se tornando erudita: ou por não a pronunciaram frequentemente ou por não saberem do seu verdadeiro significado. Os poderosos insistem em querê-la através da guerra. Querem a paz, mas antes querem sangue e destruição. Seus bombardeios têm destruído sonhos, famílias e empregos. Não há esperança no meio deste conflito todo. O que eles mais esperam num campo de batalha é ter a morte rápida: sem tortura e sem dor. A esperança é uma mulher vestida de vermelho no meio de uma guerra que ajuda o indivíduo a partir deste mundo que não o pertence de uma forma menos dolorosa.