A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional que tem como principais sintomas exaustão, estresse e esgotamento físico que são resultantes de situações de trabalho que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o trabalho, seja relacionado ao ambiente, aos colegas ou as exigências do cargo. Esta síndrome pode afetar qualquer profissional, mas, já esteve associada a profissões de risco e de urgência como policias, bombeiros, médicos e enfermeiros.
O Burnout também pode acontecer quando o profissional planeja ou é requisitado para uma tarefa de alta demanda, física ou emocional, e em situações que a pessoa acha não ter capacidade suficiente para cumprir sua função.
Essa síndrome pode levar a quadros graves – como depressão profunda – além de diminuir consideravelmente a qualidade de vida do indivíduo, levando ao desenvolvimento de doenças físicas, inclusive; por isso é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas.
Mas, por trás de tudo isto há muitas coisas a serem pensadas e revistas. Perdemos muito em qualidade de vida, de forma geral. Trabalhamos muito, descansamos pouco e mal, estamos presos a um mundo virtual e ilusório, construímos relacionamentos frágeis e, com isto, nossa rede de apoio ou inexiste ou é falha.
O que vivemos nos ambientes de trabalho acaba sendo uma reprodução de nossa vida fora, também.
Relações de trabalho são um tema delicado que exige cuidado e atenção.
O que parece que acontece hoje, em que diagnósticos de Burnout se tornam mais presentes e comuns, é que perdemos a capacidade de gerenciar as situações do cotidiano que incluem os excessos, o estresse, os relacionamentos interpessoais, a pressão e a frustração, por exemplo.
Lógico que existem ambientes de trabalho inadequados ou tóxicos assim como relacionamentos profissionais tóxicos também, com grande potencial para adoecer profissionais de qualquer área. A síndrome de Burnout existe, é reconhecida e são muitos os testemunhos de quem já passou, ou passa, pelo transtorno.
Mas, aliado a isto, também observamos empresas, empresários e profissionais que ainda investem pouco em saúde mental e mantém uma busca cada vez mais frenética, com desejos de rápida ascensão, ao dito sucesso profissional e o ganho milionário. Como exemplo é só abrir qualquer uma das redes sociais lotadas de gurus que ensinam como trabalhar menos e ganhar mais ou, ainda, como enriquecer em poucos meses sem fazer nada.
Por trás de toda a falácia de uma geração mais consciente e que teoricamente busca mais significado e qualidade de vida, existem ainda muitas coisas para serem observadas e repensadas e muito investimento para se chegar ao nível de consciência que nos permita, realmente, equilibrar tudo isto.