A sensibilidade é algo característico na vida de um professor. É através dela que temos o poder de nos colocar no lugar do aluno antes de avalia-lo como incapaz.
Os problemas enfrentados pelas nossas crianças são grandes. Aqueles acabam por influenciando no âmbito escolar. O sinal de mau rendimento e agressividade nem sempre são características do discente, mas sim, do momento em que ela está vivendo. Todo bom professor sabe que sala de aula não é simplesmente lecionar. Ensinar e observar são as palavras corretas. Observar os comportamentos, atitudes e a mudança de espírito dos nossos alunos fazem parte do processo ensino/aprendizagem.
Para que isso ocorra é necessária a sensibilidade. Às vezes até nos chocamos com algumas realidades que elas nos apresentam. É por isso que não podemos condená-los pelo mau desempenho antes de saber o que se passa naquela cabecinha balburdiada. Nada como uma conversa para tentar extrair os problemas na tentativa de amenizá-lo. Se simplesmente não nos importarmos com a situação, de que vale a escola? Qual a valia do papel do professor?
Há crianças que se sentem melhores frequentando o colégio do que na própria casa. Sentem-se seguros no convívio com os colegas e principalmente quando conseguem expor suas aflições com o professor.
Somente um docente com o dom perceptivo consegue se aproximar e tentar ressoar palavras de conforto. Esta que é escassa nos lares brasileiros hodiernamente. O diálogo, o respeito, o abraço fraterno, infelizmente, estão cada dia menos presentes. É por isso que a empatia do docente tem que estar assídua no dia a dia de trabalho. Não podemos dar tudo o que precisam, mais as palavras de aconchego minimizam esta carência de afeto.
Ser professor não é apenas passar conhecimento. Já foi. Foi-se o tempo em que a função era apenas ensinar. Os tempos mudam e com ele o comportamento familiar. As crianças são reflexos da má educação de berço. Hoje, a função da escola e principalmente do professor, é tentar adoçar o azedume idiossincrásico oriundos de má formação familiar. Não podemos culpa-los pelos erros e peripécias constantes. Há um histórico pestilento através de cada má conduta. Se não dermos as mãos, que o fará? A escola é o segundo lar, sendo assim, temos a obrigação de nos sensibilizar com cada atitude que venha atrapalhar o rendimento do aluno. Não com gritos, esporros e castigos, mas sim, com aquilo que todo professor deve carregar consigo para a sala de aula: observação, empatia, percepção e principalmente o amor ao ofício exercido.