Semana 111

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Quando eu estava pedalando com o Guto, naquela nossa viagem, saindo de Maceió, fomos abordados por um senhor, no acostamento, que parou a moto e sem tirar o capacete começou a falar com a gente:
Vocês são amigos do casal que está dando a volta à América Latina de bicicleta?
Respondemos sem entender muito bem:
Não, não conhecemos eles não.
Pois então agora vocês vão conhecer, venham…
E nos levou pra casa dele. Entramos, fomos recebidos por sete cachorros, sei lá quantos gatos, galos e galinhas. E antes de qualquer outra conversa, Sérgio nos apresentou sua casa, com pressa pra ir ao trabalho:
Essa aqui é a casa. Aqui é o quarto que vocês vão dormir. Nos vemos mais tarde… Ahh, tem coca-cola na geladeira.
E saiu. Olhamos um pra cara do outro, sem entender muito bem o que estava acontecendo. Cochilamos na rede, de uma casa cheia de bichos, de um senhor maluco que nos colocou ali, de repente, prometendo que ficaríamos amigos de um tal casal que viajava a América de bicicleta. Acordamos com um povo estranho entrando na casa…eram eles: Evandro e Lidiane (o casal) e Fábio (também cicloviajante). Surge ali mais uma grande amizade. betão
A viagem que era formada por duas pessoas, agora ganha corpo e segue em cinco, grupo que foi batizado como a “Caravana do Sergião”, o grande causador de todo aquele encontro. Conto tudo isso, porque nessa viagem, o Evandro falava muito de seu amigo, um tal “Rafael Limaverde”, que no comecinho do terceiro milênio deu uma volta a América pedalando. Pronto, voltamos à origem da historia que me faz realizar essa viagem….foi por causa do Evandro que conheci Rafael, foi por causa do Rafael que estou fazendo essa viagem e foi por causa do Sérgio que conheci o Evandro. Deu pra entender?  Pois bem… o Sérgio é um sequestrador de viajantes. passaroTodos os que ele encontra pela rua ele leva pra casa, e eu fui um dos sorteados. Agora, quatro anos e meio depois, voltei pra Maceió, e é claro, fiquei na sua casa. Ele mora só com a esposa, a também queridíssima Eliane, só que agora eles se mudaram. Aquela casa não estava dando conta de todo mundo, então, ele foi pra uma com cinco suítes, talvez agora dê certo. Além da casa, a quantidade de bichos também multiplicou. Os sete cães se transformaram em 15, e os sei la quantos gatos, agora são 22. Passei três dias com eles, e no dia em que eu estava partindo, acordei com uma chuva que parecia não ter fim, a qual eu usei como desculpa pra ficar mais um dia… foi a melhor coisa que fiz na vida, e o motivo vem agora: Nesse mesmo dia eu fiquei doente. Uma febre repentina me atacou, sem motivos aparentes. Se eu tivesse partido, ficaria doente no meio do mundo, mas alí eu estava amparado. Além da febre, me deu uma doença chamada carência. Sintomas de carência forte: saudades, vontade de abraçar alguém, de ganhar cafuné, café na cama…resumindo: frescura. bicicletaNão pensei duas vezes, liguei pra quem eu realmente queria perto de mim: Naty, posso ir te ver?
Duas horas depois eu estava dentro de um ônibus, rumo a … Natal. (Dei risada sozinho enquanto escrevia isso). Sim, voltei pra Natal, voltei pra Natália. Mas isso já é assuntopara o próximo diário.
Tenham todos uma excelente semana.

Beto

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