Já podemos encontrar vários estudos referente à saúde mental da população nesta fase de pandemia e, principalmente, o que os profissionais da área esperam para os próximos meses após este período mais restrito de isolamento social.
É fato que todas as pessoas que já sofriam de algum tipo de transtorno emocional, ou mesmo aqueles que não gerenciavam muito bem suas emoções e sentimentos tiveram, em algum momento, uma piora de seus sintomas enquanto outras que até então nunca precisaram buscar ajuda começaram a ter algumas dificuldades.
Pessoas já muito ansiosas e com dificuldades de controlar seus pensamentos estão sofrendo mais porque a fase que vivemos convida nossa mente a ter muito mais pensamentos fatalistas, de preocupação e ansiedade, tanto com o tempo presente quanto em relação ao futuro.
Problemas com o sono também surgiram e aumentaram, o que é bastante compreensível porque quando estamos muito ansiosos e preocupados a tendência é que ao parar para deitar e dormir, ao invés de desligarmos nossa mente, as preocupações surjam com ainda mais intensidade interferindo tanto na capacidade de iniciar o sono quanto em mantê-lo.
Podemos tanto ter insônia quanto acordar muitas vezes a noite e ter a sensação, no dia seguinte, de que não descansamos o suficiente.
Quanto mais os dias passam e nossas restrições se prolongam, mais difícil fica dar conta de gerenciar nossas emoções e comportamentos e manter algum equilíbrio; o que é normal porque estamos mais cansados da situação e nos custa mais energia lidar com os problemas ainda mais quando não há data para a solução definitiva.
Todos estes aspectos descritos acima como aumento da ansiedade e pânico, aparecimento de sintomas de transtornos emocionais e distúrbios do sono, estão sendo observados tanto em adultos quanto nas crianças. E, infelizmente, as pesquisas apontam que tudo isto tende a piorar nos próximos meses, inclusive no período pós pandemia.
E o que podemos fazer, então, para que as consequências sejam menos danosas no tempo presente e pensando, também, em prevenir possíveis sintomas futuros?
Podemos e devemos estar atentos a nós mesmos e a nossas crianças! Não ignorar aquilo que sentimos, procurando entender poque estamos com determinado comportamento em determinado momento, conversar com as pessoas próximas e de confiança e que nos transmitem sensações positivas, de segurança e tranquilidade.
Evitar procurar o tempo todo por notícias, selecionando o que vemos e lemos. Ajuda muito, inclusive, se colocar um limite no tempo de acesso a qualquer veículo de comunicação para não sermos bombardeados pelo assunto.
E fazer mais do que gostamos e nos faz bem, dentro das limitações que estamos vivendo. Rever, reinventar, adaptar, flexibilizar: habilidades tão necessárias, sempre, mas urgentes nestes tempos atuais.
E, mesmo assim, se você não se sentir bem ou perceber que alguém que você ama ou preza não está conseguindo, procure ajuda! Peça orientação!
Existem muitas formas de conseguir uma orientação ou atendimento, inclusive gratuitos, e que farão muita diferença para o seu bem estar!
Se precisar, não hesite e não espere! Sua qualidade de vida e sua saúde, física e emocional, devem ser sua prioridade e são mais importantes do que qualquer outra coisa!
Dra. Luciene Pugliesi Rebonato, Terapeuta Ocupacional, Especialista em Psicopedagogia Clínica, Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) em andamento. Contato: 3242.3493 ou lurebonato@yahoo.com.br