De fato, a escola é a extensão da casa. Sendo ela uma extensão do lar, qual é o papel deste professor do século XXI? Quem és tu, professor, para assumir tal responsabilidade? Você é aquele que dá as respostas ou o que instiga a questionar? Tu és aquele que muito fala e pouco escuta ou aquele que sabe mediar o assunto em questão? Tu ensinas para a vida ou para uma prova? O trabalho reflexivo do professor deve ser constante. Colocar-se no lugar no mundo e saber qual é o papel perante os desafios que virão a seguir, é assumir uma docência sábia. Conhecer-se a si mesmo, obviamente, é o princípio da sabedoria.
Todavia, conhecer a forma como o outro age, é o ápice. Conhecer o outro requer tempo e dedicação. É como o trabalho do ourives que lapida a pedra e a transforma num lindo diamante. Para que isto aconteça, a paciência e o amor no ofício são fundamentais. A criança vem até nós como uma pequena rocha que precisa ser lapidada. Às vezes, a família a lasca deixando certas imperfeições no decorrer deste processo de lapidação. O professor se torna o ourives deste indivíduo. E se ele não souber conduzi-lo, as lascas aumentarão fazendo com que a rocha vire pó. A sabedoria do docente requer muito mais do que o conhecimento adquirido ao longo do trabalho. Requer, também, a empatia. Isto demanda um estado de espírito do professor.
O estado de espírito diz muito sobre as suas condutas. Não se verbaliza com uma criança ou com um adolescente se estamos carregados de más energias. O aluno sente e isto o afasta. Se o discente procura diálogo na escola, não encontrará naquele professor que não esboça sorriso e simpatia. Se a escola é a extensão da casa, que não sejamos o ente que grita, que não se importa e que não dialoga. Ensinar vai muito além do que dominar conteúdos. Num mundo onde a razão se sobressai, os que dominam a emoção e que sabem emocionar têm espaço cativo na vida daqueles desprovidos de afeto e amor. A escola é o caminho. A educação é a base. O professor é o guia, o oráculo, o profeta. É a figura principal para um mundo em desalinho.
