Quem chorará por nós?

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O brasileiro é chorão? Sim, somos todos chorões. Somos o famoso povo pacífico, embora haja tanto ódio espalhado pela vastidão desse país. Somos um povo sensível. Emocionamo-nos com a nossa vitória e principalmente com a vitória alheia. O nosso povo é o povo da luta; aquele que batalha para conseguir o que comer; aquele que luta na labuta do dia a dia. A positividade dos frutos que colhemos durante a batalha nos cativa. Isso faz com que as lágrimas desçam incessantemente pelas faces enrugadas devido ao sol escaldante deste país tropical. Nós choramos por tudo; nós choramos por todos. Mas será que conseguimos mostrar toda essa sensibilidade quando se trata de educação? Quem chorará por nós? O que vemos a principio são risos, sátiras e desrespeito em relação à docência. Nós professores choramos. Choramos por não poder fazer mais por aquele aluno que não tem uma base familiar ou porque à vezes ele vai à escola porque tem a necessidade de se alimentar. O alimentar que eu digo não é apenas de refeição, mas sim de se alimentarem de sonhos, esperança, confiança e de alguém que possa acolhê-lo com amor e carinho. Isso faz com que nos banhemos com as nossas próprias lágrimas. Nós professores nos cobramos a todo o tempo, e o tempo todo somos cobrados.  Se o sistema soubesse o quanto trabalhamos para formar cidadãos a fim de construir um país melhor, a sensibilidade iria cair sobre a nossa docência. Será que os nossos alunos choram pela gente? Será que eles reconhecem a importância do nosso trabalho? Será que eles sabem o quanto trabalhamos em casa buscando o conhecimento a fim de transmiti-lo com louvores? Discutir a importância da educação e a valorização do professor é o que muitos fazem, mas conhecer a sua realidade e tomar atitudes para melhorar esta visão negativa do sistema educacional, é o que muitos não querem fazer. Sabe por quê? Educação não gera Ibope e nem dá lucro; professor reclama demais; professor tem que lecionar com amor e não pelo interesse financeiro. É claro que o amor é fundamental, mas professor também tem contas a pagar e precisa se alimentar. Esta amálgama de situações negativas que prosperam contra a docência, sensibiliza poucos. São poucos que choram por nós professores. São poucos que reconhecem a nossa importância perante a um país que ainda tem muito que aprender e evoluir educacionalmente. Quem chorará por nós? Somos heróis ou vilões? Chora-se por medalhas, mas não se chora por melhoras. Chora-se e se reconhece tanta futilidade, enquanto há impassibilidade na docência. Chegará um dia que toda essa insensibilidade por nós professores se converterá em louvores. Não porque derramarão lágrimas por nós, mas sim pela falta de profissionais que acarretará ainda mais o declínio educacional deste país que chora por tudo e por todos, exceto pela docência.

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