Quase todo mundo, algumas vezes, adia decisões e tarefas. O ato de “deixar para amanhã” é formalmente conhecido como procrastinação. Procrastinamos, isto é, deixamos para depois toda tarefa e atividade que poderíamos resolver no momento, principalmente, quando estas exigem algum grau de dificuldade ou são desprazeirosas.
Podemos adiar nossos compromissos e decisões por nossa própria vontade mesmo sabendo que esta ação poderá nos trazer um prejuízo ou uma conseqüência negativa e também podemos fazê-lo sem perceber ou sem nos dar conta deste comportamento.
A dieta da segunda-feira, a atividade física que nunca acontece ou deixar de verificar um problema de saúde, entre outras atitudes, são formas já bem conhecidas de “amanhã eu começo, amanhã eu faço ou amanhã eu vou”.
A sociedade contemporânea também colabora com estes hábitos, pois oferece uma gama imensa de distrações através das redes sociais, jogos eletrônicos e troca de mensagens instantâneas. Tanto que grande parte das empresas bloqueia o acesso de seus funcionários a determinados serviços da rede.
Esta tendência a deixar tudo para depois pode comprometer o desempenho ocupacional do indivíduo e isto envolve sua carreira, sua saúde, seus relacionamentos e até mesmo sua vida financeira.
Quanto mais longe está o prazo que temos para realizar uma atividade mais temos a tendência de adiar sua execução. E isto acontece pelo que chamamos de retardo temporal, que significa que quanto mais perto uma pessoa estiver da recompensa, mais valiosa parece a gratificação e, portanto, menos provável será que ela adie a realização do trabalho necessário para merecê-la.
As pessoas que tendem a adiar seus compromissos sofrem mais com problemas de saúde, com sua imagem perante os outros, com sua própria organização pessoal e tem dificuldades para alcançar seus objetivos, sentindo-se constantemente frustrada e com um acúmulo de tarefas para fazer.
Criar, antecipadamente, um compromisso específico com uma hora e um lugar para acontecer torna a atividade mais propensa a ser realizada no momento certo. Quando nos programamos e organizamos nossas ações, nos comprometendo com prazos e objetivos, é mais difícil perder a luta com o famoso “deixa pra depois”. Utilizar cronogramas, lembretes e o policiamento de nossa própria consciência sobre estas atitudes retardadoras ajudam muito na mudança de comportamento, que não é imediata e também não acontece de um dia para o outro. Exige, como tudo, persistência e vontade de mudar.
Afinal, sofremos mais e gastamos mais tempo e energia com o pensamento de ter que fazer algo que não gostamos do que com a atividade propriamente dita. Novamente, vamos lidar aqui com a pré-ocupação, com a ansiedade e com o sofrimento por antecedência de algo que ainda não fizemos e achamos que não será bom.
Apesar de precisarmos ter consciência que existem situações em que não é mesmo possível resolver na hora e que precisaremos aguardar ou adiar, o hábito de acumular situações não resolvidas, ou seja, procrastinar, arrumando desculpas para não definir um trabalho, uma situação ou mesmo uma decisão, compromete todo nosso funcionamento e pode desencadear problemas muito mais sérios envolvendo nossa vida pessoal e nosso desempenho profissional.
O que você já deveria ou poderia ter resolvido e ainda aguarda na fila de atividades para se fazer “amanhã”?!