Por que as pessoas são más?

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Podemos ser otimistas, esperançosos, amantes do bem e afeitos a teorias filosóficas ou psicológicas que tentam explicar a mente e justificar os atos humanos, porém, não acreditar que a maldade existe é uma pueril demonstração de ingenuidade. É certo que nós não compreendemos a maldade, sofremos por causa dela e preferiríamos que ela não existisse, mas, infelizmente, ela existe e tem uma força muito grande.
Muitos estudos já foram feitos, em diversas áreas do saber, para tentar entender a maldade, mas, muito pouco se conseguiu de concreto. Um desses estudiosos, o psicólogo Delroy Paulhus, da Universidade de British Columbia, no Canadá, fez um extenso trabalho de pesquisa para tentar entender se as pessoas nascem más ou se tornam más por influência do meio. Uma de suas conclusões foi a de que existem pessoas que sentem prazer em causar dor ou sofrimento a outras. São pessoas frias, inteligentes e dotadas de um extremo narcisismo. Mas, isso não responde à questão crucial: nasce-se assim ou torna-se assim com o passar do tempo, influência de acontecimentos, do meio em que se vive, dos relacionamentos e de traumas vividos?
Os psicopatas são indivíduos que têm essa condição em seu grau extremo, incapazes de sentir empatia diante da dor do outro e desenvolvem uma espécie de sadismo com o qual alimentam a sua psique, causando muitos sofrimentos aos seus semelhantes. É o caso dos serial killer, por exemplo. Mas, a maldade não é característica apenas de cérebros doentes. Existe a maldade na pessoa comum, no cidadão tido como de bem, aquele que convive conosco, lado a lado, no trabalho, na escola, nos relacionamentos amorosos, na família e, no convívio social, até parecem muito simpáticos, desacreditando quem expresse a opinião de que são maus. É o comportamento da bruxa malvada dos contos de fadas, muitas vezes madrastas das protagonistas, meninas simples, de bom caráter e de bom coração.
Os romances, os contos de fadas, os quadrinhos, os filmes e as novelas retratam muito bem esses indivíduos que fazem o mal apenas por fazer, que parecem ter como meta de vida prejudicar os outros, causar sofrimento, constrangimento, humilhação. São os famosos vilões que nunca se emendam, que fazem o mal pelo mal. Às vezes, a maldade de um personagem é tão grande que é até difícil acreditar que exista alguém assim. O triste é quando a gente encontra essas pessoas do lado de fora do mundo da ficção, na vida real e, não raro, muito mais perto de nós do que gostaríamos.
As partes mais sombrias da mente humana ainda permanecem desconhecidas e é muito difícil entender por que há tanta gente que pratica o mal e se compraz nessa prática. Quantas vezes perguntamos por que Deus permite o mal ou porque Ele fez pessoas propensas ao mal. Errar, todo mundo erra e ninguém está isento de praticar maldades, mas, no geral, a pessoa que faz o mal por descuido ou em momentos de desequilíbrio emocional, provocado por alguma situação estressante, toma consciência disso, se arrepende e tenta consertar os estragos provocados por seus desatinos. No entanto, aquelas pessoas que se comprazem no mal nunca se arrependem, são incapazes de pedir perdão, de se retratar. Acreditam que sempre estão certas. Elas simplesmente agem assim, são cruéis, muitas vezes metódicas em suas maldades e, quanto mais fazem os outros sofrerem, melhor parecem se sentir. Não são pessoas que agem impulsionadas por uma explosão de raiva; são pessoas que premeditam, que escolhem fazer o mal, magoar, prejudicar, manipular e controlar emocionalmente os seus alvos quando descobrem os pontos fracos deles. Em quase 100% dos casos, são pessoas que posam de coitadinhas, de vítimas quando, na verdade, são os algozes, os torturadores. É uma dinâmica enlouquecedora.
Não sei se as pessoas nascem assim ou se tornam predispostas a isso, mas, o fato é que elas existem e às vezes nem relutam em prejudicar a si mesmas desde que prejudiquem mais ao outro, àquele que elegeu para seu desafeto. O que alguns estudos já descobriram, com os quais concordo pela observação proporcionada pela convivência com pessoas de índole má, é que um dos pilares que sustentam a maldade é a inveja (até a história da queda de Lúcifer envolve a inveja). As pessoas maldosas costumam ser patologicamente invejosas, ainda que tentem manter esse traço de personalidade oculto. Têm inveja do que os outros têm e elas não, do que os outros são e elas não, da paz de espírito que outros demonstram e elas desconhecem.
Há uma história que ilustra bem isso. Um homem tinha um inimigo a quem odiava mais que tudo. Tratava-se de um indivíduo bem-sucedido, simpático e querido pelas pessoas. Tudo na vida dele ia bem, ao passo que, na do outro, tudo ia mal e a sua única meta era prejudicar esse inimigo, tentar sabotá-lo e torcer para que ele sempre sofresse. Esse homem era capaz das mais atrozes maldades para prejudicar o outro que, por ser muito altruísta, sempre relevava as maldades cometidas por ele e seguia em paz com a sua vida.
Um dia, o invejoso encontrou um gênio que prontamente se ofereceu para lhe conceder um grande desejo. Apenas um, mas que poderia ser o que ele quisesse em quantidade e qualidade. “Qualquer coisa que eu quiser?”, perguntou. E o gênio respondeu, advertindo-o: “Qualquer coisa. Porém, tudo o que você pedir será dado em dobro para o seu maior inimigo.” Nessa hora, ele respirou fundo, confirmou se o inimigo realmente receberia em dobro o que ele pedisse e lascou: “Cega-me um olho!”.
Se a pessoa não tiver uma patologia que a insensibiliza, é natural que ela sofra ao sentir inveja, ao se sentir inferior, infeliz e incapaz. Um poço tão profundo que parece não ter saída. Mas, o ruim disso é que, por mais que tentemos nos manter imunes a essas pessoas, quando não podemos deixar de conviver com elas (em caso de familiares próximos, por exemplo), elas acabam minando as nossas energias, nos fazendo adoecer. Escolhem de bom grado ficar cegas de um olho se puderem nos ver (ou nos fazer) cegos dos dois. Gente assim, precisa ser evitada e, ainda que morem sob o mesmo teto que nós, nunca é demais um “Vade retro Satana” e a busca de ajuda psicológica, espiritual ou até policial enquanto nossos olhos ainda não foram furados. Os dois.

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