PÃO COM MORTADELA

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O famoso pão com mortadela é um dos atrativos do Mercado Municipal de São Paulo. Turistas visitam o local só para comer a iguaria, que chega a ter mais de 300 gramas do embutido em um pão francês. Com muito recheio e opções de acompanhamento como queijo cheddar, cebola caramelizada e bacon, o prato é uma tradição do Mercadão, localizado no centro da capital paulista. O lanche ficou famoso em terras paulistanas na década de 1930, quando o Mercadão abriu suas portas. Primeiro, ele conquistou os funcionários do local, que viram no sanduíche uma opção de alimentação barata e acessível. Depois, chamou a atenção da população paulistana e se transformou em atração turística. São dois estabelecimentos que vendem esse famoso lanche o Hocca Bar e o Bar do Mané:
Hocca Bar
O nome do lugar é curioso. O atual dono do Hocca, o chef Horácio Gabriel, herdou o nome do pai, um imigrante português que fundou o bar em 1952. Ele explica que as duas primeiras letras fazem referência ao nome do criador e o final remete à palavra oca, seu pai sempre foi muito humilde e não fazia ideia de como criar um nome que chamasse a atenção da clientela. O contador dele disse que o restaurante era pequenino, como uma oca, e assim surgiu o nome usado até hoje.
O dono diz que não é possível afirmar quem inventou de fato o prato tão famoso de São Paulo, mas conta como fez história vendendo o quitute por aí. Além da tradição de pratos sempre grandes e fartos, coisa que herdou da cultura portuguesa de sua família, ele explica que o pai montou o sanduíche com o intuito de ajudar os funcionários que trabalhavam no Mercadão logo nos primeiros anos de funcionamento do local (o pessoal chegava e pedia: Seu Horácio, capricha no lanche! Só vou comer isso hoje) ele dobrava o recheio para dar sustância aos trabalhadores. Foi assim que surgiu o lanche que é servido até hoje.
Atualmente, o Hocca Bar vende cerca de 700 sanduíches por dia, entre versões simples, só com a mortadela, e versões mais elaboradas, como os sanduíches que levam queijos variados e tomate seco. O lanche mais barato custa R$ 17. Apesar de algumas novidades que foram surgindo com o passar dos anos, o sabor tradicional permanece. Além de trabalhar com uma mortadela especial, servida apenas para o Hocca Bar. As famílias vêm aqui buscando mostrar para a nova geração aquilo que eles provaram anos atrás. Hoje em dia, a mortadela não é mais uma comida depreciada, como era na época.

Bar do Mané
O Bar do Mané (que se chamava, até a década de 1970, Bar do Jeremias) foi inaugurado em 1933, no mesmo ano que o Mercadão abriu suas portas. Jeremias Loureiro foi o empreendedor que criou o negócio, hoje administrado por Marco Loureiro, de 59 anos.
Loureiro diz que nem sempre o pão com mortadela foi famoso na região. Muitos imigrantes italianos trouxeram para cá a fama do sanduíche de copa e salame, embutidos consumidos em terras europeias. A mortadela veio depois e era vendida da forma mais popular possível: apenas uma fatia no pão francês. Loureiro conta que os sanduíches eram todos espalhados na bancada do bar e vendidos com preço baixo, até que alguns clientes críticos mudaram o rumo do quitute. “As pessoas reclamavam que o sanduíche era muito fino, que quase não tinha recheio. Então, resolvemos fazer um lanche gigante para dar o que falar”, afirma o dono.
A ideia deu certo até demais e o lanche virou febre entre as pessoas. A clientela chegava aqui perguntando do lugar que vendia o super sanduíche de mortadela, diz. E assim se fez a fama do Bar do Mané, que hoje é administrado pela quarta geração da família Loureiro. O dono explica que todos os lanches são montados na frente do cliente e que a média de mortadela usada em cada um é de 350g. Por mês, o local chega a vender 3,2 toneladas de mortadela; com o sucesso, os sanduíches são responsáveis por cerca de 70% do faturamento do local. Os preços do Bar do Mané começam em R$ 13. Loureiro acredita que ter gerações acompanhando o crescimento e desenvolvimento do lugar foi muito importante para manter a tradição e a qualidade.

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