Enfim chegaram
as tão esperadas
águas de março.
O outono vermelho
disfarçado, esperando
sonha com o inverno
que esfria corpos.
Mais leves, as folhas
amarelecidas caem
para ceder lugar
(quem sabe),
às novidades da
primavera já concebida.
As árvores respiram
aliviadas sem o pó
que cobriam suas folhas.
As flores dos jardins,
não mais
inanimadas.
E o inverno
que se esconde ainda
mostrará as crianças,
nariz escorrendo
brincando –
pequenos robôs das estórias.
Os velhos,
mais velhos
nos casacos e cachecóis.
E os amantes
terão no inverno
o calor
multiplicado
nos beijos,
nos abraços…
Na quentura
dos edredons…