Problemas, preocupações e dúvidas, erros e acertos, perdas e vitórias, desânimo, injustiças, são todos sentimentos que fazem parte da vida e que, em uma ou outra fase, se tornam mais ou menos intensos.
Grande parte do sofrimento humano está ligado à antecipação do que podemos passar e à preocupação com o que vai acontecer. O planejamento e a construção de um caminho para o futuro, o investimento em ações que irão auxiliar no alcance de nossas conquistas e sonhos são atitudes positivas e necessárias.
Mas, não é por isto que sofremos. Sofremos e nos angustiamos porque não temos controle sobre o que pode acontecer em grande parte dos momentos. Porque imprevistos tem este nome justamente porque não são possíveis de serem agendados. Alguém já conseguiu prever e agendar o dia de um imprevisto?
E é justamente o que não controlamos, o que não queremos, o que não esperamos que nos faz sofrer, que nos traz a sensação de impotência e, ao mesmo tempo, a noção da limitação de nossas ações. Não podemos tudo, não controlamos tudo e o tempo passa. Para todos. Mas ainda sim podemos ser felizes, pois, a verdadeira felicidade é um estado interno. Depende, também, das situações que vivenciamos. Mas depende, acima de tudo, de nós mesmos. Transformar até o mais difícil e insolúvel problema em caminho de aprendizagem e crescimento não é fácil.
Não há nada pior do que viver angustiado diante da possibilidade da existência de um problema e da preocupação com ele. Quem vive assim torna-se infeliz antes da hora. Preocupar-se com tudo o que pode ou vai acontecer significa perder o presente, deixar de viver a existência. Ter medo da perda é o mesmo que perder.
De nada adianta preocupar-se com um problema. O certo seria, então, nos “ocuparmos” dele. Porque ocupar-se é uma forma de superar o problema e viver. Preocupar-se, ao contrário, é uma forma de se enterrar em vida e morrer. A maioria de nós se preocupa com os problemas e não se ocupa deles. Isto é, ficamos sentados, pensativos, desanimados e desatentos e isto se reflete em nossa casa, no trabalho e em nossos relacionamentos.
Agimos como se o fato de se preocupar resolvesse a situação por si só. Se esta fosse a solução, bastaria que sentássemos em grupo diante de uma situação problemática e, cada um com seus próprios pensamentos, passasse a exercitar a preocupação. Depois de algum tempo de preocupação conjunta, resolveríamos o problema pensado e todos iriam embora satisfeitos. Pois é, mas não é assim que funciona.
Passar do pensamento à ação, do sofrimento à superação, da desistência à luta. Esta é nossa busca, esta é nossa vida, este é nosso caminho. Seguir em frente, sempre. Pois não há caminho para trás.