A palavra “pretérito” vem do latim “ preteritum” e significa “ aquilo que passou”. Tratando-se da gramática da norma culta – especificamente sobre os verbos – diferenciá-los nos três tempos do modo indicativo (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) é uma da grandes batalhas que o usuário da língua tem quando o assunto é conjugação verbal. Quando falamos sobre conjugar os verbos, automaticamente pensamos em presente, passado e futuro, sem nos preocupar que há três tipos de passado e dois de futuro (modo indicativo). Obviamente que o perfeito e o imperfeito do indicativo são mais fácies de identificá-los, porque o usamos diariamente na língua falada e na língua escrita. O difícil é entender o mais-que-perfeito. Sabe por quê? Porque não o usamos nem na língua falada e nem na língua escrita.
Este tempo verbal significa uma ação realizada no passado antes mesmo de outra ação. Ambas são concluídas com perfeição. Por isso o nome de “mais-que-perfeito”. Veja o exemplo: “Eu desligara (pretérito mais-que-perfeito) a televisão, quando minha mãe chegou (pretérito perfeito). Perceba que antes mesmo da minha mãe chegar eu havia desligado a televisão. Cotidianamente, usamos a forma composta deste tempo: “Eu tinha desligado a televisão quando a minha mãe chegou” e por usá-lo sempre desta forma, as desinências deste verbo praticamente não existem nas nossas práticas da oralidade e muito menos da escrita.
Estudar verbo sempre foi muito maçante nas escolas. Suas inúmeras conjugações causaram mais traumas do que aprendizado. É preciso focar nas diferenças que há entre estes três tempos verbais do pretérito e os dois do futuro. O presente e o futuro do presente (modo indicativo) é o máximo que a sociedade consegue chegar, porque usa-os constantemente no ato da comunicação oral e escrita. O pretérito perfeito aparece logo atrás devido, também, ser muito usado pelo falante da língua. Parece praga. Seria cômico dizer que verbo e verba são algo que brasileiro mais teme e/ou que são dois fatores que acabam com a nossa autoestima. Embora sejam substantivos, “verba” não é o feminino de verbo. Ambos nos faltam: aquela para se viver melhor e este para se comunicar melhor.