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REFORMISMO
O que precisa de reformas no Brasil, antes de qualquer coisa, é o povo, nem tanto os costumes, mas a mentalidade, principalmente a política. Chegou a internete e a mentalidade popular sofreu uma reforma, para pior. O cidadão acredita que na mídia virtual ele ganhou poder para participar do sistema político nacional, porque pode interagir com os parlamentares das três instâncias e influenciá-los nas suas decisões. Ledo engano! Cada deputado federal e senador contam com mais de 20 assessores de gabinete que blindam o titular. Com menos assessores, acontece o mesmo nas assembleias legislativas e câmaras municipais. O povo nunca teve voz no Brasil, quando ela saia da garganta, a voz digital é mais muda ainda.
Antes da era digital o povo tinha na imprensa escrita uma voz, a dos jornalistas, que detinham a força da palavra escrita, tanto que eram chamados de formadores de opinião, atualmente aparecem os influenciadores digitais, que qualquer um, sem a mínima formação intelectual, se candidata a exercer a função, acreditando que tem influência nas decisões populares. Chamam a si mesmos de gurus!
A reforma que o povo precisa é cultural, não depende de governo e de representação política. Os brasilianos, adjetivo pátrio correto, por força da raiz latina, foram chamados de brasileiros pelos nossos colonizadores lusos, que ficou mesmo depois do colonialismo. Portugal também deixou para seus ex-colonos a tese de idolatria política. A monarquia lusa foi a última que aboliu o beija-mão. Quando D. João VI veio ao Brasil, os súditos lusos que vieram com ele, todas as tardes participavam do beija-mão. O que fizeram os nacionais? Como não podiam participar do evento, desfilaram pelas ruas do Rio de Janeiro reivindicando o direito. A voz das ruas deu resultado, a elite cariosa tinha um horário especial para beijar a mão do rei e da rainha. As passeatas de hoje conseguem os mesmos resultados. Viva o rei presidente! O rei deputado! O rei prefeito!

PROLE
Quem trabalha ou presta serviço não ganha, recebe pelo que faz. Portanto, os proletários, empregados e assalariados RECEBEM pelos serviços que realizam. Ninguém ganha, porque ganhar tem a ver com gratuidade ou presente. Até a mídia em geral diz que os empregados de uma determinada empresa estão ganhando mais ou menos salários. Reforma cultural já!

CADEIRA
Os vereadores do país, quase todos, não exercem os cargos com a profundidade política necessária. São raros os que tem noção real da importância do cargo e da Casa que fazem parte. Não existe coalizão municipal, o prefeito é o prefeito e o vereador é o vereador, entre a Câmara e a Prefeitura, se houver destaque político, é da Câmara. Temos que valorizar no Brasil a política municipal, não é de bom senso prefeitos e vereadores agirem como cabos eleitorais nas eleições para deputados, senadores, governadores e presidente.

ABREVIATURA
A concordância de gênero nas siglas acontece pela primeira palavra do extenso. Uma concordância errada é a do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). Dizem e escrevem A Dersa. Desenvolvimento é masculina.
Por ocasião das notícias sobre João de Deus, em Goiás, muitos estranharam a mídia chamar a sigla DEIC no feminino. Lá é a abreviatura de Delegacia Especial de Investigações Criminais. Em São Paulo, DEIC é Departamento Especial de Investigações Criminais.

LEGENDA
Quando o Partido dos Trabalhadores foi fundado, seus filiados, para fugirem da prática política antiga, que era a de concentrar as decisões partidárias em caciques, realizavam reuniões para decidir tudo em conjunto. Os adversários dos petistas, diante das famosas reuniões, diziam que eles faziam reuniões para fazer reuniões. (A reunião de hoje é para decidir quando faremos outra reunião).

AXIOMA
“A primeira casa que a gente faz é para ser vendida a um inimigo; a segunda é para vender a um amigo e a terceira é para residência própria”. (Provérbio árabe, citado muito pelo senhor Naim Haddad).
Não se explica provérbio, porém, diz respeito à construção de casas pelo proprietário para moradia própria. A primeira, depois de pronta, se vê os defeitos; boa para vender a um inimigo. Na segunda, os defeitos são menores, vende-se-a para o amigo, quanto à terceira, com os defeitos corrigidos, a gente mora.

NOTÍCIA
Algum tempo atrás vimos nos noticiários que um preso suspeito de um crime, tinha em sua casa 117 fuzis. (arma de verdade usada pelas forças armadas). Embora na seja usual ter em casa tantas armas do tipo, ao ser entrevistado, um policial carioca que participou da operação, declarou: “tudo faz crer que se trata de um traficante de armas”. (Rapá, até então nossa coluna acreditava que as armas eram de uso pessoal).

NORMÂNDIA
O chamado dia D, a maior operação militar da Segunda Guerra, em 6 de junho fez 50 anos, cerca de 200 mil soldados participaram do desembarque nas praias da França da região da Normândia. A operação gigantesca corria o risco de fracassar caso vazasse a informação. A rádio BBC foi o veículo escolhido para o início.

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