Antena
Nos EUA está no ar um canal de televisão com o nome de Dog TV. Não se trata de mais um canal sobre a vida de animais, como os que existem pelo mundo. O canal por assinatura tem uma programação exclusiva para os cachorros assistirem. Isso mesmo: o telespectador do Dog TV é cachorro. O dono do animal coloca o bichinho na frente do televisor e vai cuidar dos seus afazeres, tranquilo. Na tela o cão vê filmes, desenhos e documentários, onde o destaque são os cães. Nos intervalos comerciais os produtos anunciados são comida, roupas e artefatos exclusivos para uso canino. Como o Brasil é obcecado pelo irmão do norte, em breve o Dog TV terá um sinal por aqui. A programação terá que ser dublada em português!
Sion
Em Israel funciona um sistema comunitário autônomo, conhecido como Kibutz. São comunidades com um sistema próprio de governo, embora obedeçam as leis do Estado. Nos Kibutz existem escolas, sistemas agrícolas, oficinas profissionais e principalmente um rígido esquema de obediência civil, no qual o cidadão e seus descendentes valorizam com rigor o Estado. São milhares de Kibutz espalhados pelo território israelense. Os inimigos de Israel dizem que as comunidades ocultam verdadeiras fortalezas militares nas suas sedes civis. Há quem afirme que embaixo do Kibutz existem “bunkers” que em caso de ataque militar podem abrigar milhares de pessoas, inclusive se houver ataque nuclear. Detalhe: o método educacional adotado pelos Kibutz é, segundo especialistas, o melhor do mundo; o autor de todo o sistema é o educador brasileiro Paulo Freire. (Nos tempos da ditadura militar, Paulo Freire foi exilado do país, sob alegação que seu método educacional tinha cunho comunista).
Relíquia
Os cadeadinhos usados para bloquear a discagem de telefones no tempo dos aparelhos a disco. Os patrões usavam o cadeado param impedir que empregados usassem o telefone quando ficavam sós. As empregadas domésticas eram as maiores vítimas. Não é brincadeira! Repito: não é brincadeira! Uma vez uma patroa disse que adotava o cadeado quando saia de casa, mas deixava-o com a empregada para caso de emergência. Outra adotou o sistema quando chegou em casa e flagrou a copeira ligando para a mãe no Ceará – deu tempo de ouvi-la perguntando: “tá chovendo ai?”.
Conceito
Segundo o Arthur de Lucca, o mais fiel leitor desta coluna (de carteirinha ele não é, porque outros reivindicam a condição), nossos temas abrangem sempre um passo a mais do imaginável. Vamos lá então: a cruz é um símbolo cristão, tem, portanto, dois mil anos; como então a literatura e a crença popular dizem que o Diabo foge da cruz apavorado? Antes de Cristo e da cruz de quem ele fugia? Ou tem a idade de Jesus!
Câmbio
O maior vendedor de carros de Monte Alto foi o saudoso Claudinei Perdonati. Ele vendia carro quando os veículos estavam ainda sobre os caminhões cegonheiros. O Claudinei usava um método infalível para vender, no auge da sua época não havia tantas marcas de veículos como agora. As montadoras controlavam a produção exatamente para não sobrar mercadoria na praça (era uma espécie de monopólio, ainda que tivessem 4 ou 5 marcas). O “modus operandi” do Perdonati consistia em ligar para vários clientes potenciais, agendando o mesmo horário para mostrar os veículos. A disputa entre os interessados era óbvia e a venda era certa. Quando o cliente falava de outra marca de veículo, o Claudinei respondia que ele vendia carro e os outros vendiam automóveis. (Carro é um veículo que proporciona mais que a simples locomoção, o que é a característica, como o próprio nome esclarece, do automóvel. Outra coisa que o Claudinei fazia e que ninguém fazia e mesmo agora ninguém faz é a pós-venda. Depois de fechado o negócio, no dia seguinte, ele ligava perguntando se o cliente estava gostando do veículo. Ainda esnobava: se você não gostou tenho comprador!).
Tridente
Pelo menos quem tem depressão está salvo de ir ao inferno – vive no próprio!
Quelônio
O sujeito não gostava de animais, principalmente de tartaruga. Certa manhã, ao abrir a porta encontra uma tartaruguinha encolhida no canto. Dá um chute nela mandando-a para longe. Um mês se passou e ao abrir a porta vê a mesma tartaruguinha, com a maior cara infeliz, perguntando a ele: por que fez isso comigo? (Ser chato é explicar que graças à lentidão da tartaruga um mês foi tempo que ela demorou para perguntar o motivo do chute que levou; quem entendeu, sem a devida explicação, é um leitor com grau de doutorado!).
Paquiderme
Paqui era um elefante metido atleta. Todos os dias passeava na praia e o pessoal acenava dizendo:
– Olá, elefante!
Quando ele cansou de tanta popularidade, resolveu adotar um disfarce. Meteu um óculos escuros e foi correr na areia. As mesmas pessoas de sempre gritaram:
– Olá, elefante!
Ele pensou indignado: Ué! Como será que me reconheceram?