Lumen gentius
Logo após a Abolição da Escravatura, em treze de maio de 1888, os negros livres passaram a ser chamados de libertos, antes eram simplesmente os pretos. Os ex-cativos não ficaram satisfeitos com a designação, exigindo que os chamassem de cidadãos, embora o Estado os tenha libertado, não constava na Lei Áurea que eles seriam cidadãos como os demais. Uma emenda legalizou a cidadania algum tempo depois e no Brasil todos passaram a ser iguais perante a lei (?).
Em 1917, na Rússia, no dia 10 de outubro, aconteceu a Revolução Proletária, que derrubou a monarquia e criou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, composta de 15 repúblicas. Os revolucionários exigiram que fossem chamados de cidadãos, o que até então não eram reconhecidos. Todos passaram a ser cidadãos e os dirigentes do Partido Comunista se dirigiam entre si como camaradas.
Lido o preâmbulo, o leitor da coluna será informado, no decorrer do texto, que no Brasil há o Estado consolidado e geograficamente o País, sem que haja uma Nação. Sem nação não há nacionalidade, portanto, o brasileiro não existe. Ninguém é brasileiro, somos refugiados, ainda que não sejamos apátridas. Seria um refugiado “sui generis” com Estado, País e Pátria.
Em tese o brasileiro original seriam os nativos, que Cabral, em 1.500, confundiu com habitantes da Índia. Sem querer atribuir burrice ao luso Cabral, naquela época o indiano usava turbante e vestia túnica, o povo que ele viu vivia nu e com a cabeça descoberta. Nasceu a nação indígena, que dava à terra o nome de Pindorama (não confundir com a cidade perto de Catanduva), um povo que jamais sonhara em ser brasileiro e não querem ser porque foram confinados em reserva.
O segundo pretenso brasileiro seria o europeu português, que aqui aportou para garantir a posse do território disputado com a Espanha. Era proibida a vinda das esposas, então os lusos chegaram com tudo na nova terra cheia de novas mulheres nuas à disposição. Eles vieram para cá sonhando em voltar ricos para a velha terrinha, portanto, não eram e não se tornaram brasileiros. Os outros europeus também fizeram o mesmo, vieram para voltar assim que fizessem a América, vendida como paraíso por Vespúcio. Nunca foram brasileiros.
Não é necessário comentar porque os africanos que saíram daquele continente amarrados, morrendo no mar, marcados a ferro quando chegaram aqui, não eram brasileiros por adoção e até por uma questão de princípios morais não poderiam aceitar a brasilidade. Depois dos negros livres chegaram os imigrantes europeus e asiáticos, com a ideia fixa de retorno à terra-mãe. Foram tratados praticamente como escravos pela recém formada elite republicana, herdeira do processo monarquico lusitano. Até hoje os imigrantes com seus descendentes são chamados de italianos, japoneses, portugueses, alemães, espanhóis e outras minorias. Ninguém os chama de brasileiros. Até fazem questão da herança das suas nacionalidades.
Os jovens que estão nascendo e crescendo no Brasil seriam os legítimos brasileiros, se não sonhassem com nossos aeroportos para voarem aos países que deslumbram, EUA, China, Japão e Europa em geral. Enfim, o Brasil é uma boa maternidade, um bom berçário, e fica devendo escola e educação! Procuram-se brasileiros!
FRASE
“Deus tem a tendência de ficar do lado do exército que tem mais canhões” (Voltaire).
VERBO
Estão abusando do idioma português, cada dia aparece um idiota conjugando um verbo, nem vale a pena registrá-lo. Fica um para comprovar: colapsar.
REINO UNIDO
Durante muito tempo os reinos que formaram a Grã-Bretanha variaram, alguns ficaram no bloco, outros saíram. Atualmente, depois de muitas guerras e acordos, participaram do Reino Unido a Inglaterra, o País de Gales, a Irlanda do Sul e a Escócia.
Em 1770 o País de Gales queria deixar o Reino Unido, alegando que não havia nenhum príncipe herdeiro do trono, que falasse gales, todos falavam inglês, o que deixava Gales sem representante na corte. Para apaziguar as coisas o rei inglês prometeu aos galeses que o próximo príncipe não falaria inglês, mesmo nascendo em Gales. Quando a rainha estava grávida, prestes a dar à luz, o rei mudou-se de Londres para um palácio real em Gales. Quando o menino nasceu, o rei, ao anunciar as boas novas, acrescentou: “cumpri minha promessa, o príncipe não falou uma palavra em inglês, é um autêntico gales”.
PASSAPORTE
No século XVIII, o rei francês financiou um cientista para passar um ano no Brasil e levar seus estudos e conclusões em Paris. Depois de três meses, Philip Du Marrier embarcou de volta à França e devolveu o dinheiro ao rei, desistindo da empreitada. Quando o rei perguntou o motivo, ele respondeu: “O Brasil é um refúgio de ladrões e assassinos”.
TESOURO
A TV Cultura começou a exibir no último dia 28 a série “Genius”. Ela terá dez capítulos e narra a vida de Albert Einstein. É imperdível! Mostra a vida, a obra e a família do gênio. Mesmo que o canal reprise em breve, não percam, assistam pelo canal virtual. A série original é elogiada no mundo todo.
AGRO
Uma oliveira começa a produzir com dez anos e continua até mil anos. Sete quilos de azeitonas rendem um litro de azeite extra virgem (primeiro esmagamento).
Um pé de cebola produz em quatro meses, dependendo do solo e da semente, depois morre porque cada planta produz uma vez apenas. Enfim, quem planta oliveira o faz para si e para as futuras gerações, quem planta cebola tem como objetivo dormir e acordar vendendo a produção.