DEMOS KRATOS
Os gregos deram o nome de democracia simplesmente quando parte do povo podia escolher governantes, votando nos nomes apresentados pela oligarquia ou pelo militarismo, no primeiro caso o exemplo foi Atenas, no segundo, Esparta. As outras cidades/estado seguiam as duas lideranças políticas. Era uma pseudo-democracia, como foram todas, até os dias atuais. A democracia nunca foi desejo da humanidade.
Atualmente os EUA se intitulam a maior democracia do planeta, pelo número de habitantes com direito e liberdade ao voto. Como se uma democracia se resumisse a um voto livre. A Índia, pelo mesmo critério, é de fato, o Estado mais democrático do mundo, mais gente vota lá do que nos EUA. Na América prevalece o poder oligárquico acima da vontade popular, na Índia o poder de fato é exercido pelas castas políticas e religiosas.
O Brasil nunca foi um Estado democrático, porque as oligarquias assumiram o poder desde Cabral, assessoradas pelo militarismo discreto nos quarteis, com o título de forças da paz. Na virada do Império para a República, o escritor Machado de Assis alertava o povo nas ruas do Rio de Janeiro, que discutia o que era melhor entre os dois sistemas: “não se discute sobre o que não existe, monarquia ou república, mas como se eliminar a oligarquia”.
O povo pergunta: onde estão os oligarcas? A oligarquia era combatida ferozmente por Jesus de Nazaré, quando ela ocupava os templos; portanto, ela, desde então, além de ocupar a religião, migrou para o patronato, sindicalismo, militarismo e no poder político representativo, ou seja, casas legislativas, como Câmaras Municipais, Estaduais, Federais e Senado. Também faz parte da oligarquia o funcionalismo público, que conseguiu a estabilidade funcional que juntamente com a aposentadoria tornou-se vitalício. Paradoxalmente o povo forma uma oligarquia anônima na omissão diante da realidade nacional, ignorando os problemas para não ser obrigado a apresentar soluções.
A eliminação da oligarquia é utópica: porém, pode ser combatida com o voto do eleitor, que no Brasil não existe, temos 140 milhões de votantes. O eleitor é uma figura universal, com liberdade de escolha, o votante apenas escolhe quem lhe é apresentado, ou seja, não escolhe – é escolhido! Esse sistema político é uma herança religiosa. As religiões não permitem que o fiel tenha liberdade para escolher suas divindades, ele é livre para escolher entre os que são apresentados.
Quando o Brasil era Colônia, nosso colonizador, Portugal, permitia que os colonos vindos da metrópole ou nascidos aqui, tivessem o direito de escolha dos seus representantes municipais, os vereadores. Um sistema foi legalizado, com dois tipos de direito ao voto, o votante e o eleitor. A cada 30 votos, o votante elegia um eleitor, que por sua vez votava em um vereador, pré-escolhido pelo sistema. Nada mudou no Brasil livre. Votamos em quem depois de eleito vota por nós nas casas legislativas do país. Nosso voto é uma procuração!
CONFETE
No dia 28 de fevereiro de 1836, terça-feira gorda de carnaval, caiu a maior chuva do século no Rio de Janeiro, inundações aconteceram principalmente nas ruas que aconteceriam os desfiles. A tempestade ocorreu durante toda a manhã, o alagamento permaneceu o dia todo. Então não houve carnaval? Foram prejudicados apenas os Entrudo, nome do carnaval de rua, os bailes de salão eram, sim, o carnaval com o nome real. Nos salões, a frequência era dos ricos, dos nobres e da família real, os pobres e os escravos liberados desfilavam nas ruas; no dia citado, o entrudo aconteceu no improviso, com canos e pequenos barcos. Os foliões que tinham dinheiro alugavam escravos que os carregavam nas costas, livrando-os de molharem os pés e pernas, os sambistas dançavam nas costas do escravo alugado.
SENZALA
Todas as civilizações conhecidas na história tinham escravos. A escravidão era normal para aquelas sociedades, assim como atualmente o uso de animais a serviço dos humanos é considerado prática comum. O Egito foi uma das civilizações conhecidas que mais fez uso da mão de obra escrava. Eles eram em maior número do que a própria população livre, praticamente a totalidade dos escravos no Egito era de prisioneiros de guerra; porém, os condenados por qualquer crime no país, se tornavam escravos. Quem não se alinhava com o governo do faraó, quando denunciado, iria para cama livre e acordava escravo, carregando pedra nas pirâmides. Depois do Egito, outro grande império deve sua glória à escravidão, Roma. O número de escravos do Império Romano quase se igualou ao do Egito. Depois de Roma nunca houve qualquer civilização com tantos escravos. Depois dos romanos, a maior população escrava do mundo foi a do Brasil. Triste recorde!
COPA
A última copa do mundo de futebol realizada pela Fifa foi no Brasil, mais lembrada do que a Rússia, por razões óbvias. O país assistiu a um fiasco esportivo e ainda foi delapidado no seu patrimônio, quando construiu uma série de estádios de futebol (não sei por que arenas). Nenhum foi utilizado plenamente e se pagou com recursos de renda. Alguns são obras faraônicas, monumentos à mediocridade, como os de Cuiabá, Brasília e Manaus, totalmente ociosos. Se utilizados plenamente para o futebol recuperarão o investimento (?) de mil a três mil anos. Um matemático calculou que o Egito recuperará o custo da construção das pirâmides, cobrando pedágio dos turistas, apenas 10 mil anos depois da obra.
Os faraós encontraram uma concorrência à altura no Brasil!
NOMES
Alphonse Capone (AL). Dona Alexandrina (Rainha Vitória). Hippolyte Leon Denizard Rivail (Allan Kardec).