Ócios & Negócios

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NOVA CAP
Brasília foi inaugurada no dia 21 de abril de 1960. O dia e o mês “coincidiram” com o feriado nacional de Tiradentes, o ano escolhido foi para JK poder participar. O Mapa do Brasil, depois disso, foi mudado, o Distrito federal foi para o centro do País, o endereço antigo passou a se chamar Estado da Guanabara, um feudo de Carlos Lacerda, o maior agitador político da história brasileira. Na mudança do mapa tornou-se polêmica a grafia do estado da Bahia, que até então era escrito sem o H. Entre os que defendiam o H, que se consagrou em definitivo, estava o historiador Pedro Calmon, que alegou ser necessária a inclusão do H para que o Estado não fosse confundido com a geografia e também não seria elegante constar na biografia de Rui Barbosa como nascido numa baia. Bahia seria mais elegante!
Os cariocas passaram a gozar Calmon quando ele não aceitou a tese dos dicionaristas, de que se Bahia tivesse H, os lá nascidos, os baianos, teriam que ser também bahianos. Ficou o que é atualmente: Bahia e baiano.
Foi assim que nacionalmente nasceu o preconceito linguístico, isso é coisa de baiano e por extensão baianada, para definir coisa mal escrita ou feita. Enquanto os cariocas riam e os baianos chiavam, Carlos Lacerda atirava os mendigos no Rio da Guarda. Um deles foi salvo porque alegou saber nadar. Ele morreu algum tempo depois de morte natural, quando o cartório emitiu o Atestado de Óbito, descobriram que o sujeito era dono de vários imóveis na cidade e na região. Nas suas andanças pela cidade ele pedia dinheiro, quando respondiam que não tinham ele apelava dizendo: “pelo menos me dê um pedaço de pão duro”. O povo, penalizado, acabava dando grana, o que era a preferência do pedinte. Foi assim que a palavra pão-duro passou a ser, no Brasil, sinônimo de avarento.

DIGITAL
Vai uma para os que pensam com os dedos: a maior invenção da história da humanidade foi o telefone móvel, mais conhecido como celular, nome que não define o aparelho e menos ainda o sistema, porque com o uso do aparelho sem critério e nos locais e momentos inoportunos, livrou a gente dos chatos. Todos ficam falando, digitando, ouvindo e lendo à distância, poupando os presentes da chatice endêmica. Enfim, salvos!

IMAGEM
Com a república, o velho Brasil colônia e monárquico católico, monitorado pelo Vaticano e pela infalibilidade papal, tornou-se laico. Atualmente mudou um pouco, até algum tempo atrás, os representantes da república participavam de eventos católicos e não faziam o mesmo com comemorações de outras religiões, até o velho Geisel, enquanto presidente em exercício (governava de verdade o Lincon Gordon, embaixador dos EUA). Geisel era presbiteriano, pastor até! Registre-se: na parede do fundo do Supremo Tribunal Federal (STF) tem um crucifixo. Ele não representa nenhuma laicidade.

CANABIS
Lá por 1970, eu estava passando em frente a um consultório de um profissional da saúde, quando fui abordado pelo mesmo, para ajudá-lo a identificar um raminho verde ressecado. Quando eu disse que não conhecia o produto, ele pediu-me para cheirá-lo, confirmei desconhecer. Foi então que ele disse: “parece maconha, não parece?”. Parecia! O assunto morreu e para surpresa minha, pouco tempo depois correu pela cidade que o dito cujo era o financiador de um traficante. Morreram traficante e cúmplice, por outras mãos a erva continua solta e livre.

ASSOCIAÇÃO
A entidade de classe conhecida como Associação Comercial de Monte Alto é velha, foi fundada na década de 60; logo no início, o Golpe Militar de 64 fez com que a de Monte Alto, e outras do interior, sofressem um desalento, porque em muitas cidades elas eram compostas de comerciantes ligados à política partidária, ou seja, serviam de palanque. A ditadura observava tais atividades usando elementos não identificados para espionagem e regressão. Em Monte Alto, a Associação era elitista e seus diretores eram conhecidos pelos comerciantes menores como “medalhões”. Enfim, ela foi desativada e permaneceu morna, até quem no final da década de 70 voltou popularizada, sem política e sem poder financeiro. No meio da sua trajetória teve alguns lampejos de atividades política; porém, logo voltou à isenção e permanece como uma entidade de classe deve ser.
Causou polêmica na cidade, quando este que vos fala, com diretor da Associação foi entrevistado por um repórter da rádio local, que perguntou quando o comércio abria para o Natal, respondeu classicamente: o comércio não abre e não fecha, essa é a função dos estabelecimentos comerciais. (a resposta foi básica, não foi ofensiva, simplesmente porque a Associação não tem poder para mandar fechar ou abrir qualquer loja, a entidade apenas sugere; cabe à Prefeitura determinar calendários).

IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que conta a gente, realizou uma pesquisa nacional, que constatou serem 55 milhões de brasileiros os considerados pobres no país. Curiosamente o IBGE publicou: entre os pesquisados a metade recebe por dia R$ 13,50 (treze reais e cinquenta centavos – atentem para os centavos!), são considerados miseráveis, ou seja, abaixo da linha da pobreza da ONU. Outros recebem R$ 13,54 (treze reais e cinquenta e quatro centavos), apenas quatro centavos a mais do que os miseráveis, porém, não se incluem nessa categoria, são apenas pobres. Quem recebe quatro centavos a mais (R$ 13,58) seria classe média?

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