Vulcano
O Brasil, socialmente falando, está situado sobre uma base vulcânica que vai entrar em erupção. O vulcão tem um nome: INPS ou INSS, que é um instituto de previdência para prover os brasileiros inativos de uma renda igual ou próxima do salário na ativa. Estudos mostram que em 2020, o país terá mais inativos recebendo benefícios (que benefícios, se foram contribuições?) do que trabalhadores na ativa pagando, ou seja, o sistema não se sustentará. Atualmente, a lógica seria que as contribuições dos ativos para a previdência formassem um fundo, que no futuro bancaria a aposentadoria e pensões deles mesmos, mas o que está ocorrendo é que a arrecadação não é poupada, é usada para o pagamento dos atuais aposentados e pensionistas, trocando em miúdos, quem paga o aposentado atualmente é o contribuinte da ativa. A União não poderá bancar a falta de caixa da previdência, porque não haverá verba orçamentaria suficiente para uma despesa de tal tamanho. A erupção será inevitável, assim como não se é possível conter uma explosão vulcânica real geológica.
Maca
No Brasil, os hospitais filantrópicos liderados numericamente pelas Santas Casas de Misericórdia prestam inestimáveis serviços sociais na área da saúde, paradoxalmente, mesmo provendo o cidadão de toda a assistência médica, sua existência compromete a cidadania, porque nos municípios onde atuam os filantrópicos, os munícipes adotam um certo comodismo e não exigem dos governos municipais, a construção de hospitais municipais. O pensamento é: a cidade não precisa de hospital municipal, porque temos a Santa Casa! Muita gente dirá que hospitais municipais nas cidades pequenas é uma utopia. Não é verdade! Caso um município não tenha estrutura suficiente para um hospital com gestão própria, o mesmo poderá ser construído entre várias cidades regionais. Convém ressalvar que as Santas Casas, que em outros países atuam com nomes diferentes, foi uma maneira do Estado Papal se fazer presente nos países laicos. A Igreja, ao longo da sua sabedoria política, mesmo fora dos governos passou a fazer parte do Estado, onde sempre, ao longo da história, a saúde foi negligenciada. Nenhuma religião, em qualquer lugar da Europa ou da América, se interessou pela cultura, porque o retorno não é o mesmo da saúde. Registre-se que as Santas Casas, mesmo sendo uma entidade católica, atende todos, independente de credo.
Farda
O termo Caxias é uma referência ao funcionário público zeloso em suas funções e até exagerado, levando o cargo ao extremo, em outras palavras, um puxa-saco. O nome não é lá muito procedente, embora o Marques, depois Duque de Caxias, tenha atuado com afinco e patriotismo na defesa do Brasil, na Guerra do Paraguai, ao saber que a guerra estava praticamente vencida, sem que o Paraguai tenha-se rendido, que o novo comandante do exército nacional seria, por ordem de D. Pedro II, o Conde d´Eu, marido da princesa Isabel, voltou ao Rio de Janeiro sem o consentimento oficial do imperador. Querendo ou não, D. Pedro II, diante do julgamento popular, fez de Caxias, um herói nacional e depois disso quem lutasse, trabalhasse pela pátria, sem medir esforços, passou a ser um Caxias!
Polêmica
Não existe quem não tenha ouvido ou dito, que futebol, política e religião não se discute. Os três temas são polêmicos, o que propicia pareceres diferentes e opiniões diversas, caso os debatedores tenham bom senso, a discussão pode terminar em consenso, do contrário prevalecerá a ignorância e o radicalismo. Assuntos discutíveis seriam, em tese, o sexo dos anjos, as cores do arco-íris e a cor da água.
Civil
Lá pelos anos 70, na delegacia de polícia de Monte Alto, o delegado, de quem não lembro o nome, recebeu uma queixa informal de um cidadão, na qual pediu para o doutor intimar, também informalmente, um determinado cidadão, que estava dizendo na cidade, que ele era homossexual (o termo foi outro). O delegado assim o fez. Em dois dias o sujeito compareceu à delegacia. Assim que adentrou o recinto (palavreado de homossexual), o doutor foi dizendo: o senhor está aqui para esclarecer, porque anda dizendo que o fulano é homossexual (a palavra foi outra). O depoente esclareceu: “doutor, ainda bem que o senhor disse o que ele é, eu não tinha a menor ideia disso”. (Mais não foi perguntado e mais não disse).
Salgado
Em Monte Alto tinha um bar, não tem mais, que vendia salgados, como pastel, coxinhas, quibes e esfirras. O dono não era lá de muita simpatia comercial. Um dia um freguês perguntou se a coxinha era nova. Resposta do botequeiro: “espera aí que eu vou ver o prazo de validade embaixo dela”.
Doce
Lá na década setentona, um comerciante de Monte Alto, especializado em bares, na verdade ele montava um bar e depois de aberto o vendia a quem se interessasse, geralmente alguém da agricultura, que havia feito uma boa safra. Existia, não sei se vigora ainda, um procedimento que propiciava ao comprador de um bar, ficar na posse dele por 41 dias (não perguntem o porquê do 41), caso desistisse nesse tempo poderia desfazer o negócio sem ônus. O cara que abria e vendia bares usava um artifício nos negócios, durante o tempo de experiência convidava seus amigos para gastar no bar. Com a casa cheia, o comprador fechava o negócio.