SUTURA
Se a afirmação que existem médicos e médicos é verídica, também o é a existência de pacientes e pacientes. A medicina é antiga, remota tempos imemoriais, ela surgiu em função dos pacientes e não dos médicos. Se ninguém ficasse doente não existiria a necessidade de alguém que o curasse. Os tempos mudaram a ordem, e os médicos foram para o pódio, se tornaram os salvadores das vítimas de males próprios dos humanos. As escolas de medicina contribuíram para esse conceito, os estudantes aprendem que serão sempre os protagonistas no teatro da vida e da morte. Nada mudou, são os pacientes que justificam a existência dos médicos, se ninguém ficar doente, a medicina é desnecessária e os médicos ficam sem o poder de cura e menos ainda senhores da vida e da morte.
Entre a medicina remota e a moderna aconteceu uma mudança, o médico se tornou um profissional, substituindo o tradicional missionário da salvação física do seu semelhante.
Uma vez perguntei a um médico qual era a pior doença humana. Ele respondeu na gozação: o paciente! Realmente o maior problema para o médico é o paciente, um leigo metido a sábio. Ele chega ao consultório com o diagnóstico pronto: “estou com dor de barriga, acho que é o fígado”.
Um provérbio em latim dimensiona o poder do médico: “medicus curat, natura sanat”. (O médico trata, a natureza cura”.
Muitos atribuem ao médico grego Hipócrates a aplicação da medicina moderna, o que não é real, antes dele, médicos de todas as civilizações anteriores exerciam a atividade, muitos com outros nomes, como xamanismo, curandeirismo e outros, tanto que receitavam ervas para a cura. Com o tempo, as escolas de medicina foram obtendo exclusividade para o nome e para a prática, tornando clandestinos os outros nomes e atividades. Hipócrates se consagrou pelo juramento!
Finalizando, seria bom que os pacientes, todos eles, mudassem o conceito em relação aos médicos. Eles são mais humanos do que os próprios pacientes que os consultam, a aparente frieza é uma necessidade para o êxito da cura. Não se esqueçam – repito, não se esqueçam: quando vocês voltarem ao consultório curados, agradeçam sem a expressão: graças a Deus! (O Doutor merece um creditozinho!)
PINTURA
Um quadro exposto no Museu Nacional sobre a batalha ao Avaí, na Guerra do Paraguai, foi pintado por Pedro Américo, 10 anos depois do fato, que aconteceu no final da guerra, em 1869. O pintor morava em Paris, recebeu um uniforme do exército pelo correio e narrativas do acontecido. Quando a obra ficou pronta, veio para o Brasil. Caxias que estava retratado nela fez uma crítica feroz ao pintor, ele não aceitava ser mostrado com o uniforme desabotoado. Já era um Caxias!
MEDALHA
Um sujeito usar droga não choca tanto, porque ele o faz por ignorância, o que cria indignação é um atleta se dopar. Ele começa a treinar desde criança para tornar-se um vencedor em certa modalidade esportiva. Envolve a família, a escola e praticamente toda a vida com a dedicação. Muitos tornam-se celebridades mundiais. Qualquer atleta sabe que tudo o que tem é seu físico, que nada paga, com ele a saúde é para melhorar(?) a performance começa usar drogas. Esse atleta poderia fazer tudo – até se suicidar, que acabaria de vez com a carreira e preservaria sua honra.
ORDEM
Palavra de ordem nas ruas do Rio e de São Paulo, em plena ditadura da extrema direita, em 1968: Conosco ninguém podosco! (Uma licença de conosco ninguém pode).
GENERAL
Muito divulgada a frase: “O Brasil não é um país sério” nunca foi dita pelo General presidente da França, Charles de Gaulle, herói de guerra. Pelo menos não dita oficialmente. O governo De Gaulle estava agendando uma visita dele ao país quando ficaram sabendo que na data prevista era carnaval, a capital ainda era o Rio e tudo parava. Foi aí que ele teria pronunciado a frase.
De Gaulle veio ao Brasil em outra data, ficou hospedado em Campos do Jordão, onde ficou no Palácio de Inverno, do governo paulista. A cama onde ele dormiu está lá exposta na área do museu, tem 50 centímetros a mais de cumprimento. Ele tinha dois metros de altura. Depois que voltou do Brasil De Gaulle renunciou ao governo.
KLEMLIM
Todos os anos, no dia 25 de maio, a Rússia comemora o Dia da Vitória, quando a Alemanha se rendeu às tropas russas, em 1945. Na comemoração é realizado um desfile na Praça Vermelha, com mais de um milhão de participantes, muitos com fotos e cartazes de soldados mortos na guerra. Todas as famílias tiveram parentes mortos nos seis anos de batalhas.
A tradição manda encerrar a passeata às 11 horas da noite. Em seguida entram na Praça a equipe de limpeza, varredores, lixeiros e lavadores. Nesse ano, os jornalistas brasileiros assistiram o trabalho de limpeza: não conseguiram encher nenhum carrinho de lixo. Tudo estava impecavelmente limpo! Na passeata da Paulista, em São Paulo, que reuniu 100 mil pessoas, seis caminhões de lixo foram coletados, sem contar as carroças dos catadores de lata e papelão.
FRASE
“Passei a vida toda procurando respostas, quando as encontrei, mudaram as perguntas”. (Um filósofo, não identificado).