Ócios & Negócios

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PER CAPITA
Karl Marx alertava nas entrelinhas da sua obra, “O Capital”, sobre as armadilhas do capitalismo; como o fazia em defesa do comunismo, nunca foi levado a sério. Ele previa que no capitalismo alguém perderia, era carta marcada, o perdedor sempre seria o proletário. Na evolução da economia, o proletarismo (ou proletariado) sofreu mudanças, antes era o operário (aquele que opera máquinas) da indústria, que agora são todos os funcionários (empregados) do comércio, dos serviços e do sistema financeiro (bancos), enfim todos os assalariados, que desempenham o papel do deus grego Atlas, cuja função é sustentar a Terra no espaço, sem apoio para manter-se ele mesmo – o capitalismo, um Deus na economia, pousa nos ombros do funcionalismo assalariado.
Lido o preâmbulo supra, o leitor se perguntará se há fundamento na comparação. Não se trata de comparação, é realismo puro, no capitalismo o trabalho está perdendo e se não acontecer uma revolução universal, chegará um momento que a força de trabalho, sem a remuneração justa, perderá a força de consumo, levando a produção alavancada pelo capital a perder seu ponto de apoio. Quando Marx disse: “proletariados, uni-vos”, não era uma convocação para o comunismo, era um alerta para o perigo capitalista.
Vamos fechar com um raciocínio simplista: um funcionário recebe (Não ganha!) por mês R$ 2.000,00 (dois mil reais), mantendo o valor se aposenta, depois de 30 anos (tempo suposto), com o mesmo valor. Porém, sempre pode haver um porém, o tal trabalhador com salário de R$ 2 mil, passa a receber R$ 1.700,00, porque nos seus empregos, seus patrões oferecem R$ 100,00 na forma de cesta básica, mais 100 de vale transporte e outros 100 de vale refeição – tudo BENEFÍCIOS. O total do mês é igual – sempre R$ 2.000,00.
Na aposentadoria o valor será de R$ 1.700,00. O Estado que paga essa aposentadoria chama o valor de Benefício. Na teoria de Marx, isso seria um Malefício!

VELA
Um grande amigo e leitor, diz que via de regra não vai a velórios e enterros, porque os velados e os enterrados, certamente não irão ao dele.

SUCO
Em 1963 foi plantado o primeiro laranjal no município de Monte Alto pelo método moderno, o enxerto. O pomar ficava na estrada que vai a Cândido Rodrigues, uma vicinal sem asfalto. Quando as frutas estavam no ponto de colheita, o pessoal que passava na estrada com charretes e carroças entrava no laranjal pulando a cerca para apanhar a novidade, a laranja pera-rio. O dono percebeu que as frutas sumiam cada vez mais e resolveu colocar uma placa na beira da estrada alertando: cuidado, frutas com agrotóxicos, não podem ser consumidas! Deu certo! Os furtos cessaram por um tempo, até que um lavrador da região parou sua charrete na divisa do pomar e encheu de laranjas. Foi chupando as frutas pelo caminho de casa e mostrando para todos que as laranjas estavam doces, no ponto de consumo. Logo no dia seguinte a onda de furtos voltou às laranjas. Ninguém mais acreditou na história do agrotóxico. Quando o dono ficou sabendo quem foi o primeiro a furtar, foi saber o por quê. O sujeito não leu a placa – era analfabeto.

CEVADA
Melhor cerveja do Brasil é a Caracu. Sei por experiência própria. Quando tinha 15 anos tomei meio copo no armazém do Saidão (Era onde fica o Exato), na garrafinha ficou a metade, ofereci para o Olívio Ulian, saudoso contador que estava batendo papo com o Saidão. Ele viu que apenas eu tinha tomando um pouquinho do copo, disse para enchê-lo de vez, que tomaria tudo. O Olívio era conhecido como guarda-livros, nome da época para contador. Ele profetizou: se você não consegue tomar meio copinho de caracu, jamais vai beber nada na vida. Ele acertou, até hoje nunca mais bebi nada que contem álcool.

GRINALDA
Uma senhora divorciada disse que não entende porque se faz festa nos casamentos. Respondi que era para comemorar um momento feliz. Resposta dela: “então é preciso fazer festa para o dia do divórcio, a data mais feliz dos casados”.

FRASE
“República ou Monarquia, ambas não são o mal do Brasil – nosso país sofre a maldição das oligarquias, que não acabarão” (Machado de Assis, em 1896).

TRONO
D. João VI chegou ao Brasil em 1808, como príncipe regente de Portugal, voltou em 1821 como rei, porque sua mãe morreu no Brasil. Em 1826, D. João VI morreu, seu sucessor seria a esposa Carlota Joaquina, que recusou o trono; depois dela seria D. Pedro I, que como imperador do Brasil, estava impedido. Seria na terceira opção o irmão de D. Pedro, o príncipe Miguel, que estava exilado na Áustria. D. Pedro I resolveu enviar sua filha brasileira, Maria da Glória, com 7 anos, pedindo a corte para negociar com D. Miguel o casamento da filha com o tio. Miguel aceitou e os preparativos estavam adiantados quando Miguel quebrou o acordo e invadiu Portugal com suas tropas leais à coroa. Assim que D. Miguel se declarou rei, D. Pedro I mandou a filha voltar ao Brasil. Considerando D. Miguel um traidor.
Foi assim que, até hoje, quando alguém finge aceitar alguma coisa, sabendo que não vai cumprir se diz que deu uma de Miguel.
(Registre-se: em 1831, D. Pedro I abdicou do trono brasileiro, voltou para Portugal, depôs D. Miguel depois de muita luta e assumiu como D. Pedro IV. Quase que uma brasileira se tornou rainha de Portugal).

Registrando

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