ANO 142
O município de Monte Alto foi um dos poucos fundados no Império, com quase um século e meio de existência, considerado de pequeno porte para médio, tem a história oficial gravada nos arquivos, normal como as de outros municípios, que nasceram distritos, depois comarcas e finalmente municípios. A outra história, a do povo, fora da política é a mais rica, repleta de detalhes pitorescos, folclóricos, religiosos e de figuras inesquecíveis, gravadas na memória popular.
Com uma área agrícola considerada como uma “reforma agrária” natural, devido a agricultura básica diversa baseada em pequenos e médios produtores, o município foi atração para a indústria alimentícia, que a partir da década de 1930 foram instaladas juntamente com a metalúrgica, elevando o município para um parque industrial reconhecido no país e até no exterior. Como consequência o comércio surgiu com dinamismo, destacando os de secos e molhados, atendiam toda a região, com clientes até dos municípios regionais de Catanduva.
Mesmo com todo o poderio econômico, politicamente o município não obtinha o equivalente, devido às disputas internas entre as facções partidárias. Era comum quando os que estavam no poder serem boicotados pelos de fora, que eram contra até em nível estadual. várias vezes comitivas oficiais viajavam para a Capital em busca de benefícios oficiais e logo em seguida grupos de oposição partiam para o mesmo local, palácio do governo ou assembleia legislativa com a finalidade de boicotar os planos reivindicados.
Um acontecimento, talvez o mais marcante da história local foi a vinda da Menina Izildinha, o corpo teria vindo de Portugal e sepultado em São Paulo e de lá veio repousar no Mausoléu. Sem cunho religioso, o corpo veio para a cidade devido a vontade do seu irmão, um industrial estabelecido no ramo da agroindústria. A fé popular praticamente fez da Izildinha uma santa; os devotos locais, de todo do Mausoléu, um local de peregrinação. Monte Alto passou a ser a única cidade do mundo a ter dezenas e centenas de nomes exclusivos de Izilda, Izildinha e Izildo.
A importância da agricultura local foi tanta que durante 30 anos a cidade ficou conhecida como a capital do mamão, devido à produção da fruta que era toda vendida na capital paulista. O mamão era a fruta mais consumida na mesa dos paulistanos e servida nos hotéis, tornou se conhecida mundialmente. Nas feiras livres da capital até hoje, mesmo que a fruta não seja produzida aqui, a marca ficou e os feirante anunciam em voz alta: mamão de Monte Alto.
UBIQUIDADE
Nem Jesus Cristo, durante sua vida de milagres, conseguiu a proeza e o dom da ubiquidade (Estar em dois lugares ao mesmo tempo). Quem teria esse poder viveu na cidade de Pádua, foi Fernando di Buglione, imortalizado como Santo Antônio.
O fato nunca foi provado. Como ele era um monge que vivia com outros no mesmo mosteiro, com roupas iguais e com o mesmo corte de cabelo, talvez houvesse confusão entre as presenças deles em vários lugares e Santo Antônio teria ficado com o crédito do milagre.
LINGUA NOSSA
Quando a imprensa e os meios de comunicações áudio visuais, agora com a Internet, usando e abusando cada vez mais nosso idioma oficial, que é o português, e ainda não é o inglês, está desrespeitado. Mesmo que os erros não comprometam o entendimento, existe um fato grave, as crianças em idade escolar, aprendendo errado na mídia, passam a usar o erro na escola e nos vestibulares futuros podem ser reprovadas nas redações, por exemplo, na prática do pleonasmo.
A gente vê falar e escrever: inédito pela primeira vez. Condomínio fechado. Elo de ligação. E dezenas de outros.
Na década de 1960 havia uma rivalidade entre Monte Alto e Taquaritinga. No futebol entre CAT e MAAC, nos clubes Imperial e M.A. Clube e outros mais.
Um jornalista declarou no programa de rádio que Monte Alto ofendia o idioma, porque o próprio nome da cidade era um pleonasmo. Se é monte tem que ser Alto. No rigor idiomático há que se ponderar!
GENÉTICA
O município de Cândido Godoy, no Rio Grande do sul, é o que mais tem gêmeos no Brasil todo, há casos que gêmeos tiveram gêmeos. Curiosamente, em 1947 um morador mudou-se para a zona rural do município. Ele apareceu sozinho e contratou uma senhora como empregada doméstica. Era solitário jamais saía de casa e tudo o que precisava, era a empregada que se encarregava. Ele era médico e algumas vezes atendia os moradores, segundo os moradores antigos ele atendia de preferência senhoras grávidas. Os fatos se confundiram com lenda; repentinamente ele foi embora e nunca se soube dele. Muitos moradores diziam ter certeza que o homem era o Dr. Joseph Mengele, o médico nazista que fazia experiências genéticas nos campos de concentração. Ele morreu no litoral paulista, foragido.
CABINE DUPLA
Um dia eu estava na calçada de uma rua, quando uma camionete estava estacionando, a vaga era apertada e o motorista precisou fazer várias manobras, e nisso, um senhor apareceu de bicicleta, desceu, colocou a magrela no chão da calçada e passou a ajudar o motorista a estacionar fazendo sinais com as mãos. Quando a caminhonete estacionou de vez, o motorista desceu e o ciclista foi até a porta dizendo que o veículo estava no local certo. Em vez de agradecer, o dono da cabine dupla disse pomposo: “não precisava ajudar, a camionete tem câmera de ré”.
FRASE
“Nós enforcamos os pequenos ladrões e indicamos os grandes para cargos públicos! (Esopo, 600 a.C).