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TERRA MATER
Nos idos de maio, diriam os antigos romanos, Monte Alto completa 142 anos de fundação. O dia é simbólico, escolhido durante o período de projeção e preparação do local, cuja duração foi de meses. A área era floresta densa cortada por riachos e caminhos naturais da fauna selvagem. O trabalho foi totalmente manual realizado pela mão de obra escrava. Segundo o historiador de Jaboticabal cerca de seis meses antes do dia 15 de maio falava-se naquela cidade sobre a vila, como era chamado o vilarejo ainda sem nome oficial.

As terras oficialmente estavam doadas há mais tempo ainda, conforme registrado no cartório de Jaboticabal. Naquela época as terras serranas eram públicas e não podiam ser desmatadas sem autorização expressa da província, no caso a de São Paulo, que por sua vez, tinha a autorização do império. Monte Alto, portanto, foi fundada durante a monarquia, até oito anos e meio, quando a república foi proclamada e as províncias passaram a Estados/membros republicanos, com o nome oficial de Estados Unidos do Brasil, desmembrados em distritos, comarcas e municípios.

Com o fim da monarquia, foram esquecidas as histórias lendárias de que muitos municípios oficializados pelo Império teriam recebido a visita do imperador, que em viagem pelo interior das províncias reconheceria pessoalmente as cidades imperiais. Realmente sua majestade visitou cidades, porém, o fez apenas naquelas em que as ferrovias ligavam à capital paulista. Convém esclarecer que cirurgião-mor, título atribuído ao fundador de Monte Alto, foi apenas simbólico politicamente.

Convém registrar que o epíteto “Cidade do Sonho”, justificado por um suposto sonho do fundador que teria visto no local da fundação uma cidade bela e formosa. O título real é na realidade Cidade Sonho (um sonho de cidade). Creditem-se os erros ao fato de que cada história são três: o fato, a versão e a versão da versão. Outro caso, esse real, é o do adjetivo pátrio. Antes da reforma ortográfica de 1971 era monte-altense (com hífen). Depois, como é até hoje, mudou para uma palavra única: montealtense.

No tempo da prova oral nas escolas, o terror dos alunos era a divisa latina “Mons Altus Semper Altius”. A gente não sabia pronunciar e muitos não traduziam corretamente. Mesmo sem prova oral é bom saber a tradução certa: Monte Alto (tende) sempre a ser mais alto.

MITO BÍBLICO
Os escravocratas justificavam a aceitação dos africanos da escravidão sem revolta com uma explicação bíblica aceita pelos católicos, protestantes e judeus.
Era o mito sobre Noé, cujo filho mais novo, Cam, ter visto o pai nu embriagado pelo vinho e antes de abrigá-lo, cobrindo-o com uma capa, chamou os irmãos mais velhos, Sem e Jafé, para assistirem à cena. Ao acordar, Noé lançou uma maldição a Cam extensiva a seu filho Canaã, que dizia: maldito sejam Cam e Canaã, servos de servos serão para seus irmãos (Canaã fugiu para a África e gerou os africanos negros como ele).
No Brasil os católicos justificavam a escravidão alegando que na África os negros sofreriam mais, com guerras e canibalismo.

RISONHA E FRANCA
Na escola eu não usava cadernos para anotar as matérias, com exceção das aulas de matemática. Era tudo memorizado, no final do mês escrevia trechos para não esquecer, em cópias tipo cola, porém, não os utilizava na prova, lembrava do que estava escrito e respondia às questões. Nunca errava, as notas sempre eram as máximas. Na verdade, isso tornava as aulas maçantes. Ainda hoje faço o mesmo com a presente coluna, não tenho cópias e jamais, que eu me lembre, repeti textos.
Até a publicação memorizo – depois esqueço!

QUADRO NEGRO
Nunca achei vantagem em tirar nota maior que os demais, até porque saber mais em uma classe não significava ser inteligente, há que se considerar os menos inteligentes como comparação.
A gente tinha a turminha da nota 10, que muitas vezes errava alguma lição para tirar uma nota menor, colaborando com os de menor nota, perdendo posição. Em um ano, quarto ou terceiro, havia uma menina que tirava nove e chorava porque não conseguia nota máxima. A turma do 10 que errava de propósito deixava-a feliz porque tinha a maior nota do mês. Ela ficava contente com uma fitinha na blusa.

SENZALA
Não sei se leio os livros sagrados corretamente. Tanto o Torá como o Alcorão e a Bíblia não condenam a escravidão que existe na terra quando o primeiro humano pisou no solo. Moisés tinha escravos. Maomé também. Jesus Cristo não os tinha, porém, jamais condenou quem era dono de escravos ou usava servos na sua atividade. Ele condenava os romanos pela colonização das nações hebraicas e não por eles escravizarem prisioneiros de guerra.
Também é certo que nenhum apóstolo durante a convivência com Cristo e depois da morte dele condenou a escravidão. Servo é aquele que dedica a vida toda a um senhor, trabalhando sem ganho ou liberdade. Escravo é aquele que trabalha e pode ser vendido como mercadoria pelo seu senhor.

NERVO EXPOSTO
As faculdades de odontologia devem orientar os futuros dentistas que é importante a convivência entre paciente e profissional. Na cadeira convém o uso do monólogo, porque o diálogo nem sempre é possível, já que o paciente, anestesiado ou com algodão na boca, não consegue responder ou perguntar sobre os assuntos abordados durante o tratamento. Muitos dentistas gostam de falar com o paciente e até de fazer perguntas e manifestar opiniões, sem obter resposta.

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