DESORDEM E PROGRESSO
Se Política fosse matéria escolar o aluno/eleitor brasileiro seria um eterno repetente.
Na eleição do dia 30 último passado para presidente da república tivemos duas candidaturas para o cargo, entra aí o despreparo político do eleitor, candidatura não é sinônimo de candidato, a primeira transcende a política como ciência e o segundo é um manifesto individual temporário que pode mudar durante o processo por inúmeros motivos, até de ordem legal. A candidatura permanece como tal ‘ad eternum’ e o candidato se extingue após a eleição, eleito ou não, essa é a essência da república que é diferente da democracia.
O Brasil é uma república, que em bom latim significa coisa popular. A democracia tem outro significado que é o governo popular. Ambas não aparecem necessariamente juntas, há repúblicas sem democracia e vice-versa. Como exemplo há a China, que é um Estado republicano (República Popular da China) e não observa sequer zero de democracia. Um partido político, o comunismo, domina todos os setores do Estado.
Nas campanhas eleitorais, leia-se “eleitoreiras” do Brasil, a palavra mais falada, clamada e repetida é Democracia. O Brasil não tem sequer o termo democracia no nome oficial que é registrado como república federativa e nação tem chancela um estado democrático por tradição política, o que nem sempre é observada e cumprida, vide as ditaduras que ocorreram na história nacional.
Como a democracia é o pressuposto da igualdade, o Brasil, até oficialmente através de leis aprovadas pelo Congresso e postas em prática pelo poder executivo e judiciário, desobedece esse princípio universal. Apenas como exemplo, há outros: quem comete um crime, se condenado, tendo curso superior, tem direito a uma cela especial e exclusiva.
Entre o original grego – demos+cratos e o latim res+publica, o Brasil não é pai de nenhum – se muito é um bom padrasto!
CHAPA QUENTE
Na primeira década do século XX, nos EUA proprietário de um quiosque no Estado do Tennesse, servia um prato quente com batata, queijo e almôndega. Ele fazia sucesso com o serviço rápido, porém, a almôndega demorava um pouco mais para ficar no ponto dos demais ingredientes. Isso levava alguns clientes a reclamar da demora. Um dia, irritado com uma reclamação ele colocou a espátula sobre a almôndega com força até achatá-la, notando que chata ela cozinhava mais rápido e passou a servi-la dessa forma. Estava inventado o hambúrguer, carro chefe de todos os “fast-foods” do mundo.
PROCURA-SE
Esta coluna está à caça do imbecil que disse que a terceira idade, 61 a 80 anos ou 61 a 70 anos, é a melhor idade. A declaração dele deveria ser seguida de um complemento: melhor para cliente de farmácia, paciente de médico, cliente de laboratório de exames clínicos, paciente de fisioterapia e freguês de prótese dentária.
TORCIDA
O que tem a ver um torcedor (verbo torcer) com um simpatizante de um time de futebol? A princípio, nada! Segundo uma lenda carioca, que muitos juram ser fato, quando o Fluminense foi fundado, perto de um riacho aos fundos da sede, umas senhoras lavavam roupa e o time aproveitava para dar a elas as camisas para lavar. Como elas não cobravam pelo serviço, a diretora permitia que elas, nos dias de jogos, entrassem sem pagar. Elas ficavam atrás do gol adversário incentivando o ataque do Fluminense a marcar os gols. Como elas levavam para o campo as bacias com roupa limpa, evitando furto no riacho, nervosas torciam as pelas gritando para os jogadores palavras de incentivo.
Os outros, vendo o entusiasmo das lavadeiras, gritavam que elas estavam “torcendo” para o time. Os outros times gostaram de torcer para seus times e tudo virou uma torcida. (Se é lenda ou não, não se sabe – a torcida venceu).
VOTO SECRETO
Contam os antigos eleitores (ouvi mais de uma vez) que em uma determinada eleição municipal, lá pelos anos 40, que um candidato a vereador sem chance de se eleger estava convencido da vitória. Naquele tempo as urnas contavam com poucos votos e na apuração era fácil ver quem havia votado em quem, até porque o eleitor, na malandragem, deixava uma marquinha na cédula para o apurador sacar em quem ele havia votado.
Na apuração na seção em que a esposa do candidato votava não havia voto para ele. Também na seção dele não havia voto, ele errou e anulou o voto. Enfim, em outra seção ele teve um voto – a notícia correu pela apuração e depois pela cidade – o famoso vereador, de voto único, ganhou fama por outro motivo: o voto daquela urna era do amante da sua esposa, claro que ele não conhecia!
RACISMO
Quando se fala em racismo logo se pensa que se trata de branco e negro. Há também o racismo de branco contra asiático e alguns outros. Não faz muito tempo, creio que nos anos 1980, quase se disseminou um racismo ou preconceito estudantil de alunos brancos contra asiáticos, mormente japoneses. Os cursinhos publicavam como propaganda as listas dos aprovados nas faculdades mais consagradas e nos cursos mais procurados. Em todas elas lideravam os jovens japoneses, muitos dominavam cerca de 10 primeiros lugares. Nos anos seguintes os brancos passaram a discriminar os japinhas e até ofendê-los.