TURISMÓPOLIS
Em 44 anos cerca de 2.200 colunas foram publicadas, em 100 edições o tema foi o turismo de Monte Alto. Todas as abordagens tornaram-se polêmicas e geraram protestos, com telefonemas e cartas à redação e ao autor. Entre os leitores que concordavam com a atividade turística local e os que eram contra, salvavam-se todos e a cidade continuava com o turismo informal, liderado pelas visitas religiosas à Aparecida de Monte Alto. Devido ao nome do distrito, a santa era a Nossa Senhora Aparecida e ponto final. Como Jesus teve apenas uma mãe, a de Monte Alto e a de Aparecida (nunca foi do norte) eram as mesmas, com datas diferentes de comemoração, 8 de Setembro aqui e 12 de Outubro por lá.
O Conceito popular religioso assim determinava e assim foi aceito. Como não se deve discutir religião, porque os religiosos sempre vencem, com o argumento final: é uma questão de fé!
Atualmente com o turismo oficial Monte Alto participa do circuito turístico do Estado de São Paulo e do país. Fora as atividades burocráticas do sistema tudo agora é o que antes fora. O que não está no contexto oficial é o sistema velado de avaliação popular sobre o tema.
O que os responsáveis pelo polo turístico local devem atentar que além do sistema oficial, existe o real observado do cotidiano. Monte Alto tem uma população “sui generis”, que a gente, por conta e risco, em nome da cultura e costumes, define como o “cidadão coruja” e o “morador Peter-Pan”. O primeiro é o que emprega o sentimento ufanista, no qual tudo na cidade é maravilhoso e que o futuro visitante deve sentir o mesmo; o segundo é peculiar, sempre existiu, desde quando éramos um povoado considerado Vila pelos vizinhos, a síndrome da cidade pequena, pacata, com a população estável, sem crescimento e modernidade.
Na citada atração religiosa, pode-se acrescentar o Mausoléu da Menina Izildinha; os Museus, os pontos comerciais e as atrações naturais encontradas em toda a extensão do município. Há mais a acrescentar que esse espaço não permite relacioná-los e nomeá-los. Além dos novos espações que virão.
Existe na cidade um “guia turístico” disponível, sem custo, pronto para consolidar o turismo oficial, é o comerciário que permanece o dia todo no seu local de trabalho, à disposição do turista para as informações, sugestões e representação do turismo, sem cargo, com compromisso de cidadão montealtense. Além do comerciário, há o comerciante e o prestador de serviços, todos merecem o titulo de cicerones de plantão, podendo até se quiserem, usar uma identificação de colaborador meritório do Turismo de Monte Alto.
JAMBADA
Minha avó paterna, Ester, ao ficar viúva, passou a morar conosco: eu, minha irmã e meus pais. Ela não era brava, o que fazia a gente não morrer de amores por ela e a reciproca valia também. Com o tempo a avó Ester mudou-se para a casa de outro filho dela. E de lá foi para o lar definitivo.
A avó era exímia doceira. O doce principal era um jambo em calda, que antes de lá nunca comi e depois também. Foi pensado no doce de jambo que escrevi aqui há algum tempo que tinha vontade da fruta e não encontrava no mercado.
Duas leitoras leram e fui presentado por elas com as frutas. Também recebi uma remessa do leitor e antigo colega de escola, Neuclair Maziero. Ele disse que pouca gente gostava da fruta, o primeiro a pedir fui eu, e os passarinhos também gostavam, comiam no pé. Nunca mais vi jambo do Neuclair, as aves têm sorte!
Além do jambo, a tangerina cravo é preferida entre as frutas cítricas. Ganhei uma sacolada colhida na hora. O presente foi do Cesão do Hotel Vitória. Tive as frutas para deliciar por uma semana. Lembro sempre do Cesão e das tangerinas.
COLISÃO
As três principais causas dos acidentes rodoviários urbanos e nas estradas, são pela ordem: alta velocidade, alcoolismo e celular. (não é preciso usa-lo para colocar em risco os ocupantes, a simples posse dele no veiculo gera uma falta de atenção com a expectativa de atendê-lo se acontecer uma chamada).
TEIA DE ARANHA
A Tarântula é uma das aranhas mais venenosas dos aracnídeos. O veneno se espalha pelo corpo da vítima rapidamente e uma letargia domina a musculatura, paralisando os movimentos do corpo. Para que o veneno não se concentre a vitima é orientada a fazer movimentos com as pernas e braços, tipo de uma dança qualquer.
Foi assim que os italianos descobriram a famosa dança no país – a tarantela. Na trilogia O Poderoso Chefão, a tarantela é executada várias vezes.
SEMINÁRIO
Antes de assumir uma paróquia os padres novatos são orientados pelos mais velhos que devem seguir o famoso abreviário: ABCDE nas missas. Voz ALTA. Fala BREVE. Fala CLARA. Pausa DISTINTA. Sentido EXATO.
PLACA
No século XXI as cidades seriam mais modernas se os nomes das ruas e avenidas dos bairros novos fossem identificados com números e letras. Principalmente as turísticas. Bom seria se os responsáveis pela identificação doravante usassem o sistema. New York (ou Nova Iorque) há 400 anos faz o uso da “novidade”.
Uma parte da cidade de Barretos-SP também adotou os números e as letras.