Ducor
Antes da ditadura militar brasileira, que começou em 31 de março de 1964, o sistema educacional do Brasil se igualava aos da Europa e dos EUA. A escola pública do país era referência, além das matérias tradicionais, o currículo contava com aulas de música, desenho, caligrafia, educação moral e cívica e religião (opcional). Os militares que diziam ser os autores da “revolução” foram apenas coadjuvantes de um golpe da extrema direita, tutelada pelos EUA, que tinham o maior temor que o Brasil fosse uma nova Cuba. Na avaliação norte-americana, se o Brasil seguisse o caminho cubano, toda a América Latina fecharia com a URSS. O medo dos EUA surgiu com a posse de Jânio Quadros, que condecorou Che Guevara com nossa mais alta comenda, a Ordem do Cruzeiro do Sul e depois com a posse de João Belchior Goulart, que se alinhou com movimentos de reforma agrária, o que se fosse real, seria a maior contradição, porque Jango era um dos maiores latifundiários do Brasil. Na época do golpe, nossa educação estava prestes a adotar o método Paulo Freire, que na ditadura foi rejeitado e seu autor exilado. No exterior, Paulo Freire colocou seu plano educacional à disposição de vários países. Atualmente, o método Paulo Freire está em vigor em mais de 20 países do mundo, a Suécia, considerada a nação que tem o maior nível educacional da Terra, coloca em ação em todo seu sistema de ensino o método Paulo Freire. O Brasil arquivou.
SESI
O Serviço Social da Indústria, no uso da sigla é precedido do artigo masculino: o Sesi! Lá pelos anos 60 não era usado o artigo masculino, mas o feminino, pelo menos no idioma popular. O pessoal falava: vamos comprar na Sesi, que era o supermercado da instituição, atualmente desativado, e também, a molecada estava na escola da Sesi. Agora a referência é a certa: O Sesi! A escola “da Sesi” por algum tempo funcionou em uma casa improvisada, na rua Jeremias de Paula Eduardo, na frente da atual AGCIP. Como a escola era pequena, era chamada de Sesinha. Quando a escola Jeremias foi inaugurada, a maioria dos alunos foi para lá. Fui aluno lá, uma professora lembrada, entre outras, foi a Dona Odila Porto.
Tosse
Em 1950, os médicos chegaram à conclusão depois de intensas pesquisas mundiais, que a tuberculose tinha cura. As mortes ocorriam, porque os tratamentos não eram seguidos com rigor pelos doentes, e também pelo modo de vida. Os doentes tinham que viver em lugares altos. No estado de São Paulo, a Associação Médica, mapeou várias cidades próprias para a cura, entre elas, Monte Alto. Muitas pessoas se mudaram para cá em razão disso, para evitar preconceito, ninguém confessava o motivo, muitas famílias antigas da cidade, vieram e ficaram aqui por causa da doença de algum familiar. Um secretário estadual de saúde chegou a consultar um antigo prefeito local, se havia interesse da cidade em sediar um hospital especializado em doenças respiratórias. Não houve interesse e o hospital foi construído em Campos do Jordão, o famoso Matosinos.
Palestra
O time do Palmeiras, em São Paulo, foi fundado pela colônia italiana. Os italianos sempre dirigiram o clube, brigando entre eles. Nas reuniões de diretoria e do conselho, na sede do clube, muitas vezes as discussões chegavam às brigas físicas. Verbalmente, o dicionário inteiro de palavrões era usado, até as mães eram homenageadas. No final das reuniões, os duelos cessavam e todos se dirigiam às cantinas perto do Parque Antártica, para tomar vinho e saborear uma boa pizza napolitana. Os que se digladiavam nas reuniões, sentavam nas mesmas mesas. Isso deu início a uma frase consagrada: acabar em pizza!
Madeira
O nome científico do pau-Brasil é “coesalpina echinata”. Costuma-se dizer que a madeira rica em corante, por isso mesmo valiosíssima, é original do Brasil. Ela existe na Índia, com o nome de Sapã e na Itália, Verzino. O nome do Brasil não é por influência da árvore, tem outra origem. Em 1532, Portugal decretou que a exploração do pau-Brasil era seu monopólio, depois de 300 anos foi suspenso. Nos mapas antigos, asiáticos, árabes e europeus, registravam-se um imenso espaço marítimo sem terra, local que os cartógrafos suspeitavam existir terras, porque nenhum oceano era infinito, locais desconhecidos eram chamados de Terra Brasilis. Depois da América de Colombo ter sido avistada, era claro que havia mais abaixo, no sul, alguma Terra Brasilis. Cabral foi orientado a achá-la e tinha tanta certeza que ela estava aqui, que sua frota, depois de sair de Lisboa pelo rio Tejo e cair no Atlântico, desviou do local que deveria se abastecer de água potável e víveres, que era a Ilha Madeira. Não precisava, mil e poucos quilômetros (Milhas) à frente teria tudo de graça, “descobrindo” o Brasil. A Espanha não gostou, no Tratado de Tordesilhas (nome do palácio onde foi assinado), foi dito que não havia nenhuma Terra à vista! Cabral, 10 anos depois, foi convocado para outra voltinha ao Brasil, uma frota comandada por outro capitão, ele recusou ser ajudante de ordens e a Coroa portuguesa condenou-o ao esquecimento. Morreu na miséria em Lisboa.
Navio
Além do último filme, que estourou na bilheteria, o Titanic teve outra versão inglesa em 1938, que ficou restrito à Europa, não exibido em circuito universal. Outro Titanic foi filmado na Alemanha, em 1942, pelos nazistas, como peça de propaganda da Alemanha, mostrando a insensibilidade inglesa com as vidas humanas, como se o governo inglês e os construtores do navio soubessem que ele seria afundado. No filme, por ordem de Goobells, ministro da propaganda de Hitler, foi inserido um marinheiro herói, que para variar, era alemão. O Titanic construído para filmagens nazistas, no final da guerra, foi lotado com prisioneiros judeus e colocado para navegar, os aliados avistaram a embarcação e bombardearam o navio, matando cinco mil judeus. Um fim mais trágico do que o original.